quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

SAI VENTANIA, SAI PEDRA NO CAMINHO, SAI WRIGTH E SAI SIMON!

“Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento” (Roberto Drummond/1933-2002). O escritor, cronista e  grande jornalista sintetizou toda a gigantesca diferença do torcedor do Clube Atlético Mineiro de outros simpatizantes que vagueiam por aí.



 Pois é. Estamos perlustrando uma centena, ou mais, de histórias de campeonatos surrupiados das mãos do Galo durante a sua trajetória de entidade esportiva, desde 1908. Assaltos criminosos de juízes como os ataques nos moldes dos faroestes, seguidos vice-campeonatos impostos por títulos que foram  tirados pelas vias do azar, com certeza macumbas e  assaltos à mão armada, descaradamente.

 

E eu, que passei dos 70, que topei com Roberto Drummond em várias de suas passagens, como em Ferros, onde nasceu; em Guanhães, Conceição do Mato Dentro e Belo Horizonte, onde estudamos e trabalhamos  mesmo  em tempos diferentes. E que me curvo diante desta frase representativa de  lutas inglórias e  tradutoras dos sentimentos  do gigante de Lourdes, do Horto, do Mineirão e  de  arenas espalhadas pelo mundo.

 

Agora, um novo sinal de glória chega com força às  nossas mãos  e não pode escapar nem que a vaca tussa. Onde estará o cronista audacioso e intrépido não sei, mas assumo que vive intensamente esta nova expectativa na eternidade. E o outro Drummond desta história, o de Andrade, itabirano, mesmo xingado cruzeirense, não era, nem sabia a geografia da bola. Mas dele diríamos que  “no meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra” porque o pior do que já aconteceu  não se repete mais, já arrancamos todas as rochas e obstáculos.

Neste momento, o primeiro  pedregulho chama-se Flamengo, ou melhor, Urubu, o bicho que já fez Wrigth e Simon sacarem a nossa felicidade impunemente. A segunda é a mala branca que, com certeza, vai tentar subornar jogadores de outros times. A terceira chama-se tabus, dizem sites e blogs que faz 18 anos que o Galo não vence em Salvador. Existem mais  montanhas e muralhas a serem transpostas, mas tal como as citadas e o malfadado Muro de Berlim o foi, precisam  ser  ultrapassadas pelo clube mais amado do mundo, incondicionalmente. E será, sim, pelo Galo Forte e Vingador.

 

Então, vamos seguir  a  ideia do presidente do clube, Sérgio Coelho: “Não estamos indo para festa alguma, mas a  uma jornada difícil”. Aí, junto as  palavras dos dois famosos Drummonds e completo: “Que venham a tempestade, o vento, a ventania, as pedras,  e  vamos derrubar todos, um por um, juntando aos Wrigths, Simons e a outros sopradores de latas e apitos.

 

Sai macumba! Sai praga! Para ganhar da sorte atleticana agora vão ter que tomar uma  saraivada de azar infinitamente, em troca como retorno do mal ao seu lugar merecido.

 

José Sana

Em 01/12/2021 

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