“Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento” (Roberto Drummond/1933-2002). O escritor, cronista e grande jornalista sintetizou toda a gigantesca diferença do torcedor do Clube Atlético Mineiro de outros simpatizantes que vagueiam por aí.
Pois é. Estamos perlustrando uma centena, ou mais, de histórias de campeonatos surrupiados das mãos do Galo durante a sua trajetória de entidade esportiva, desde 1908. Assaltos criminosos de juízes como os ataques nos moldes dos faroestes, seguidos vice-campeonatos impostos por títulos que foram tirados pelas vias do azar, com certeza macumbas e assaltos à mão armada, descaradamente.
E eu, que passei
dos 70, que topei com Roberto Drummond em várias de suas passagens, como em
Ferros, onde nasceu; em Guanhães, Conceição do Mato Dentro e Belo Horizonte,
onde estudamos e trabalhamos mesmo em tempos diferentes. E que me curvo diante
desta frase representativa de lutas
inglórias e tradutoras dos
sentimentos do gigante de Lourdes, do
Horto, do Mineirão e de arenas espalhadas pelo mundo.
Agora, um novo sinal de glória chega com força às nossas mãos e não pode escapar nem que a vaca tussa. Onde estará o cronista audacioso e intrépido não sei, mas assumo que vive intensamente esta nova expectativa na eternidade. E o outro Drummond desta história, o de Andrade, itabirano, mesmo xingado cruzeirense, não era, nem sabia a geografia da bola. Mas dele diríamos que “no meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra” porque o pior do que já aconteceu não se repete mais, já arrancamos todas as rochas e obstáculos.
Neste momento, o
primeiro pedregulho chama-se Flamengo,
ou melhor, Urubu, o bicho que já fez Wrigth e Simon sacarem a nossa felicidade
impunemente. A segunda é a mala branca que, com certeza, vai tentar subornar
jogadores de outros times. A terceira chama-se tabus, dizem sites e blogs que
faz 18 anos que o Galo não vence em Salvador. Existem mais montanhas e muralhas a serem transpostas, mas
tal como as citadas e o malfadado Muro de Berlim o foi, precisam ser
ultrapassadas pelo clube mais amado do mundo, incondicionalmente. E
será, sim, pelo Galo Forte e Vingador.
Então, vamos
seguir a
ideia do presidente do clube, Sérgio Coelho: “Não estamos indo para
festa alguma, mas a uma jornada
difícil”. Aí, junto as palavras dos dois
famosos Drummonds e completo: “Que venham a tempestade, o vento, a ventania, as
pedras, e vamos derrubar todos, um por um, juntando aos
Wrigths, Simons e a outros sopradores de latas e apitos.
Sai macumba! Sai
praga! Para ganhar da sorte atleticana agora vão ter que tomar uma saraivada de azar infinitamente, em troca
como retorno do mal ao seu lugar merecido.
José Sana
Em 01/12/2021
Enfim...Galooooooooo!!!!!
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