Planejei e paguei caro por um site em 2020 e 2021. Tentei levá-lo
na base do idealismo. Mas entrei pelo cano e achei a torneira fechada. Ou seja,
fui bloqueado pela empresa encarregada de construí-lo. Perdi alguns reais
pagos, pelo menos até agora e os donos do tombo ainda querem mais grana. A ação
está na Justiça, que marcou para agosto de 2022 a nova tentativa de decisão.
Não entendo de Justiça e vou dar um jeito de nem tentar entender.
Pré-conclusão: deu tudo errado. Ou melhor, deu tudo certo.
Voltando a 2020, andei me ralando na política partidária. Minha
preferência eleitoral deu “okay” mas, embora tenha somado centenas de amigos,
saí conquistando milhares de inimigos. Não sei se valeu a pena, mas o
lamentável é vivermos num país controvertido, cuja maioria da população só
enxerga até a ponta do nariz. A mistura de entendimento pessoal com ideologia
política jamais deveria existir, mas virou uma casa de mãe-joana. Mais uma
pré-conclusão: deu tudo errado. Ou melhor, deu tudo certo.
Minha motivação central e intocável nas eleições passadas resumiu-se na seguinte finalidade: futuro econômico e social de Itabira. Confesso-me cego se algo foi feito em prol desse futuro, ainda distante, e lamento se pensarem que também tenho visão até somente a ponta do nariz. Se assim for, ajoelhar-me-ei aos sapatos de quem quer que seja e beijar-lhe-ei os pés em sinal de súplica de perdão. Peço desculpas também pelo uso de duas mesóclises neste parágrafo, construções em desuso na Língua Portuguesa. De novo uma pré-conclusão: deu tudo errado. Ou melhor, deu tudo certo.
Desde o primeiro dia em que aqui cheguei — e tenho centenas de
provas e ainda obsessivas — preocupo-me com o futuro itabirano. Confesso que
poderia ter deixado mais marcas, mas de qualquer maneira tenho, modéstia às
favas, relatórios singelos a apresentar. Uma evidência estarrecedora
transformei-a em visão de verdade absoluta: Itabira vive um momento passageiro
e ilusório de sua história. A mineração não arredou pé por enquanto e poucos acham
que mudar uma cultura econômica seja fácil. Uma maioria enche a barriga e bate
palmas porque o dinheiro rola aos montões, e não acredita se teremos mesmo um
apocalipse municipal. É a lei de São Tomé – “Ver para crer” – que entra em
vigor. Repetindo a pré-conclusão: deu tudo errado. Ou melhor, deu tudo certo.
Por hoje é só. Espero de 2022 outra história, que não exprima
dúvidas, mas pelo menos a esperança. Para não deixar meus sentimentos no
escuro, ininteligíveis, declaro que já iniciei a minha indispensável prestação de
contas como cidadão itabirano, nascido na região, e filho de Deus, natural do
Planeta Terra. Serei salvo nesses múltiplos juízos finais, que começaram a
ocorrer. Caso mereça, terei uma medalha mesmo de lata ou levarei uma bomba
antológica. E finalizo: deu tudo errado. Ou melhor, deu tudo certo.
José Sana
Em 20/01/2022
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