quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

“MUITO ANTES PELO CONTRÁRIO”

Faz  quase  um ano, recebi do meu amigo Márcio Passos sua última obra, esta  publicada em livro “Muito antes pelo contrário: Causos, Histórias e Opiniões de um Cronista de Jornal”,  1ª. Edição: João Monlevade/Itabira, Editora e Gráfica Vip, 2021, 332 p.  


Agora exponho a minha dívida, não por ser amigo dele, como o tratei na primeira linha, mas por termos um certo envolvimento jornalístico. Fui colaborador de seu jornal, A Notícia, durante mais de quatro anos; ele, igualmente, prestou gentileza,  com a sua equipe, à revista e ao site que eu  dirigia e editava. Escrevo também porque moro num país democrático, livre, cuja liberdade de expressão, creio, jamais será usurpada.



Tenho a honra de declarar que Márcio Passos foi meu Pedro Álvares Cabral, ou seja, quem me descobriu com a mão branca de farinha de trigo e polvilho. Troféu para ele, porque ninguém ainda havia me encontrado, nem exposto no topo da Igreja da Saúde, ou no velho Cauê, ou na torre de celular do Morro Escuro. Já trabalhei ou contribui com algumas realizações, entidades religiosas, comunitárias, filantrópicas, de classe, esportivas e outras.  Pouco isso, mas, com modéstia, tentei acertar. Recebi, sim, valiosas homenagens, de Eustáquio Félix, vereadores, Assembleia Legislativa, clubes de serviço, ONGs, sindicatos etc. 


Em Itabira estou há 56 anos, aqui fui vereador, presidente da Câmara em duas legislaturas, cidadão honorário, deixei alguns projetos de realce, modéstia às favas. Sou independente para dizer que pelo menos em alguma realização fui útil e,  neste ano de 2022, se Deus quiser, contribuirei com meu esforço e trabalho a uma causa nobre, pois, quem sabe assar  uma guloseima para o paladar, pode também  dar as mãos a pessoas que sofrem ou sofreram nas garras do preconceito e da covardia um pisoteio sem preço de recompensa. Tenho orgulho da empreitada que iniciei, desculpe-me quem discordar.


E foi MMP também quem deu ordens a  alguém para demitir-me da terceira página de seu jornal, fato que demonstra sua solidez do que quer e sabe o que deseja. E com ele já me defrontei em trocas de argumentos, numa guerrilha regional de pegar fogo. Imaginei até que disputávamos um Prêmio Nobel sei lá de quê, uma espécie de finalíssima da escolha sueca que nunca premiou nem o Brasil. Mas nós, MP e JS,  andamos nos elogiando em negativo, publicamente, nos estranhando. Ele meteu o pau em mim no jornal dele e eu repliquei na minha  revista. Acho que deu empate técnico. Que besteira de tempo perdido!


O livro de Márcio Passos tem um defeito e eu disse a ele: não datou as crônicas. Mas não dependente disso, serviu para um teste de memorialismo, consegui encontrar a data aproximada, ou a ocasião, de cada assunto abordado que envolve drama, história, esporte, sociedade, suspense,  entre tantos outros temas. O fato de ter morado e trabalhado durante um ano em João Monlevade, meu primeiro emprego de carteira assinada na Belgo-Mineira (hoje Arcelor Mittal), permitiu-me o exercício de memória. E acredito que tenha ajudado a centenas ou milhares de outros leitores.


Passos nos permite uma leitura também salteada, ou seja, não precisa apegarmos a sequência, embora mostre, no seu bojo que são tratados causos locais, nacionais, internacionais, críticas a políticos, narrativa do casamento do Ronaldo Fenômeno, que o levou a Paris. Ele deixa claro, mais uma vez, o pavor obsessivo que nutre desde os velhos tempos, pela morte, mesmo que diga aceitá-la por não ser um revoltado contra o desígnio divino. Mas ele não consegue passar uma semana ou menos sem tocar no tema que o intriga demasiadamente, para além deste universo ou planeta, para depois da vida.


Destaque para os prefácios escritos pelos bem-sucedidos nas letras Erivelton Braz e Breno Eustáquio, duas das mais importantes inteligências e culturas de nossa região.


Fica aqui o meu abraço ao autor e uma tirada de chapéu à sua inteligência ímpar. Soube construir uma obra, o periódico, além do livro, para deixar à família, sinônimo de  herança de um resistente e combativo jornal, que recebo semanal e gentilmente, enviado pelo extrovertido, corajoso, idealista e não tanto encrenquinha, “muito antes pelo contrário”, Márcio Magno Passos.


José Sana

05/01/2022

2 comentários:

  1. Ameiiiii a homenagem ao amigo jornalista. Sou fã do Márcio Passos e admiradora do trabalho dele, assim como sou do José Sana. Muito gentil da sua parte o reconhecimento do trabalho do colega. O que você tem é gratidão no coração José Sana. Você é um gentleman!

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