QUE TEMA É ESTE?
Vamos
conversar seriamente, sem firula e outra embromação? Convido você para uma
conversa simples, franca, fácil de ser entendida e necessária. Ou para uma
volta ao mundo nos moldes de Amyr Khan Klink, navegador e escritor brasileiro? Vamos abordar um assunto que pode fazer medo nas
autoridades municipais de Itabira?
Vasculho a
internet, abro todos os sites, mesmos os
que agridem a nossa língua portuguesa e até quem capricha em fake news.
Pesquiso nos feitos e não feitos da Prefeitura. Mais ainda: confiro os
pronunciamentos de vereadores, suas indicações, requerimentos e projetos. E
nada vejo, sequer uma rara referência a buracos, crateras, montanhas de pedras
em nossa cidade já geograficamente acidentada e de ruas estreitas e cheias de
becos. Nem um parágrafo, nem uma linha, nada. Envergonho-me por 135 mil
itabiranos.
UM IDOSO PASSA AQUI?
Sabe como é
tratado o pedestre em Itabira? A empurrões, tropeções, tombos, quedas, quebra ossos.
Exagero? Visitem os hospitais e as salas de espera de ortopedistas e de
clínicas de exames Raios X, tomografias e ressonâncias magnéticas. Todas estão
apinhadas de vítimas de trombadas, topadas, escorregadelas, além de acidentes
domésticos e de trânsito.
Não deixem de ver os anais da Câmara Municipal. Lá encontrarão uma lei, cujo projeto é de minha autoria. Sim, fui vereador durante dez anos e subscrevi, em 1975, um projeto de lei, aprovado por unanimidade, sancionado pelo saudoso ex-prefeito Virgílio José Gazire. Só não foi regulamentado e não colocado em prática. Mas existe no meio do odor de papel mofado, de cor marrom de sujeira, caindo aos pedaços.
EM QUALQUER BAIRRO OU RUA
A lei número tal
e tal (é só vasculhar as leis de 1975) prevê o seguinte: o governo municipal
incentiva o cidadão a construir passeios em frente à sua casa ou edifício; o
mesmo governo elabora um projeto físico a ser entregue ao proprietário do
imóvel; esse projeto é padronizado (modelo, material etc.); cada proprietário
do imóvel constrói e presta contas ao poder público; a prefeitura, que
acompanha a construção com engenheiros civis e técnicos de seu quadro de
funcionários, deduz o valor com descontos nos impostos municipais dos
construtores e contribuintes. E a cidade muda de cara e passa a fazer bem a
todos. Deixa de ser horrenda.
Pronto. Dá
trabalho? O que é bom e não dá trabalho? Itabira ficaria mais bonita ou menos
horrorosa (hoje faz vergonha ver os nossos passeios que enfeiam Itabira de
ponta a ponta, até nos melhores bairros). A lei a que me refiro faz 47 anos que
entrou “em vigor”. Esquecida. Ignorada. Passaram-se nada menos que dez ou onze
prefeitos em nossa conta (talvez mais porque tivemos vices subindo ao terceiro
andar do “palácio”).
ATÉ NAS NOS BAIRROS CHIQUES
Ninguém sequer teve
a ideia de que precisamos humanizar a nossa cidade. As autoridades só andam de
carro, nem baque levam, apesar das crateras inimagináveis existentes nas avenidas,
ruas e becos. As vias sempre são emendadas e remendadas, enquanto os passeios
esquecidos. Hoje, proclamo-me o vigilante dos passeios. Porque me tornei deles
mais um entre centenas, ou milhares de transeuntes, todo mundo de boca fechada
e não se sabe o porquê.
Para complicar,
vão se espalhando pela extensão de Itabira um “cercadinho” para lá de
sem-vergonha e criminosa: inventaram um “curral” sem vacas e sem bezerros em
frente aos botecos, que é ocupado por frequentadores fieis ou não, enquanto o
caminhador das vias pode estar arriscando a vida no espaço de veículos dirigidos
por motoristas nem sempre educados, que imprimem velocidade exagerada em seus
carros.
CURRAIS SEM VACAS E BEZERROS
Como todo
escrevinhador que ama o que faz, tenho esta obsessão: lutar para que os nossos
ossos sejam preservados e parem as autoridades de ser hipócritas no tratamento
à terceira idade. Até parece que somente os velhos se tornam idosos e os jovens
permanecem eternos.
16/08/2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário