terça-feira, 16 de agosto de 2022

ITABIRA DOS BURACOS, TEUS PASSEIOS ATROPELAM IDOSOS!

QUE TEMA É ESTE?

Vamos conversar seriamente, sem firula e outra embromação? Convido você para uma conversa simples, franca, fácil de ser entendida e necessária. Ou para uma volta ao mundo nos moldes de Amyr Khan Klink, navegador e escritor brasileiro? Vamos abordar um assunto que pode fazer medo nas autoridades municipais de Itabira?

 

Vasculho a internet, abro todos os sites,  mesmos os que agridem a nossa língua portuguesa e até quem capricha em fake news. Pesquiso nos feitos e não feitos da Prefeitura. Mais ainda: confiro os pronunciamentos de vereadores, suas indicações, requerimentos e projetos. E nada vejo, sequer uma rara referência a buracos, crateras, montanhas de pedras em nossa cidade já geograficamente acidentada e de ruas estreitas e cheias de becos. Nem um parágrafo, nem uma linha, nada. Envergonho-me por 135 mil itabiranos.

UM IDOSO PASSA AQUI?


Sabe como é tratado o pedestre em Itabira? A empurrões, tropeções, tombos, quedas, quebra ossos. Exagero? Visitem os hospitais e as salas de espera de ortopedistas e de clínicas de exames Raios X, tomografias e ressonâncias magnéticas. Todas estão apinhadas de vítimas de trombadas, topadas, escorregadelas, além de acidentes domésticos e de trânsito.

 

Não deixem de ver os anais da Câmara Municipal. Lá encontrarão uma lei, cujo projeto é de minha autoria. Sim, fui vereador durante dez anos e subscrevi, em 1975, um projeto de lei, aprovado por unanimidade, sancionado pelo saudoso ex-prefeito Virgílio José Gazire. Só não foi regulamentado e não colocado em prática. Mas existe no meio do odor de papel mofado, de cor marrom de sujeira, caindo aos pedaços.


EM QUALQUER BAIRRO OU RUA

 

A lei número tal e tal (é só vasculhar as leis de 1975) prevê o seguinte: o governo municipal incentiva o cidadão a construir passeios em frente à sua casa ou edifício; o mesmo governo elabora um projeto físico a ser entregue ao proprietário do imóvel; esse projeto é padronizado (modelo, material etc.); cada proprietário do imóvel constrói e presta contas ao poder público; a prefeitura, que acompanha a construção com engenheiros civis e técnicos de seu quadro de funcionários, deduz o valor com descontos nos impostos municipais dos construtores e contribuintes. E a cidade muda de cara e passa a fazer bem a todos. Deixa de ser horrenda.

 

Pronto. Dá trabalho? O que é bom e não dá trabalho? Itabira ficaria mais bonita ou menos horrorosa (hoje faz vergonha ver os nossos passeios que enfeiam Itabira de ponta a ponta, até nos melhores bairros). A lei a que me refiro faz 47 anos que entrou “em vigor”. Esquecida. Ignorada. Passaram-se nada menos que dez ou onze prefeitos em nossa conta (talvez mais porque tivemos vices subindo ao terceiro andar do “palácio”).


   ATÉ NAS NOS BAIRROS CHIQUES

 

Ninguém sequer teve a ideia de que precisamos humanizar a nossa cidade. As autoridades só andam de carro, nem baque levam, apesar das crateras inimagináveis existentes nas avenidas, ruas e becos. As vias sempre são emendadas e remendadas, enquanto os passeios esquecidos. Hoje, proclamo-me o vigilante dos passeios. Porque me tornei deles mais um entre centenas, ou milhares de transeuntes, todo mundo de boca fechada e não se sabe o porquê.

 

Para complicar, vão se espalhando pela extensão de Itabira um “cercadinho” para lá de sem-vergonha e criminosa: inventaram um “curral” sem vacas e sem bezerros em frente aos botecos, que é ocupado por frequentadores fieis ou não, enquanto o caminhador das vias pode estar arriscando a vida no espaço de veículos dirigidos por motoristas nem sempre educados, que imprimem velocidade exagerada em seus carros.


CURRAIS SEM VACAS E BEZERROS



Como todo escrevinhador que ama o que faz, tenho esta obsessão: lutar para que os nossos ossos sejam preservados e parem as autoridades de ser hipócritas no tratamento à terceira idade. Até parece que somente os velhos se tornam idosos e os jovens permanecem  eternos.

 Chega de quebrar os nossos cotovelos, joelhos, tornozelos e até as cabeças. Acordem, autoridades!

 José Sana

16/08/2022

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