Gente, as verdades do mundo caminham para ser uma só verdade
absoluta. Tenho, não a minha certeza, mas as certezas totais. Entenderam o jogo
de palavras?
Certezas passando por vários caminhos, sempre espinhosos, muitos
mata-burros, buracos, obstáculos. Ao longe não há uma luz no fim do túnel, mas vários túneis com
luzes resplandecentes.
“Eu não acredito” – este é o som de palavras e o tinir de papéis
escritos e rabiscados. Quando a insistência aumenta, evidencia-se uma
pré-conclusão: hora de parar, hora de saltar esse rumo.
É preciso ir atrás dos porquês. Esses são interessantes e
convencíveis porque carregam fartura de argumentos e fazem encontrar as informações numa
convergência emocionante.
É o mesmo que ver pessoas saindo de ruas diferentes, avenidas,
becos e todas caminhando para uma praça iluminada como uma Praça Acrysio de
Alvarenga, em Itabira, em dia de festa.
Imagine tal momento. Ou o caminhar disciplinado de formiguinhas, levando a alimentação
de cada dia.
Não vou estender-me muito, mas, sim, simplificar para logo, logo,
encontrar e expor sentido em palavras simples.
Diria que o ser humano é um boneco de gravar, ou um robô de
teatro. Não sei se existe esta figura – robô teatral – mas o invento
temporariamente só para ilustrar esta página.
O boneco, ou robô trabalha o dia todo, tem patrão ou patrões.
Passa a jornada numa rotina cansativa,
cumprindo ordens superiores. Marca seu ponto no relógio: chegada, intervalos e fim
do expediente.
Os robôs, apesar de parecerem peças cientifico-artificiais, ou
técnico-científicas, sentem-se tal qual o ser humano, cansados, chegam às suas
casas e estendem-se no sofá, suspiram com certo alívio.
Mas o sofá está diante de um aparelho de TV, esse naturalmente ligado e, com certeza, em telejornais, que contam, dentro do campo de interesse da filosofia de seus proprietários, passando a ser formadores de opinião, ou influencers. Além da notícia embalada da televisão, vêm emissoras de rádio, conversas nas filas de lotéricas, bancos, portas de igrejas, pracinhas, salões de beleza, barbearias, esquinas e velórios.
Nossos amigos robôs rendem-se: recebem notícias embaladas em
edições que se convergem mais uma vez para os interesses da linha editorial do
grupo chamado todo-poderoso e as distribuem como agências.
Conclui-se naturalmente: o robô torna-se meio de comunicação, pensador que, junto do
pacote de interesses do contatado, entrega a notícia imaginada, mentida,
embalada, enfim pronta para o sabor do preguiçoso, que nem questiona. Pra quê
Vem de uma fonte fidedigna. É como a calculadora que substituiu a tabuada,
deixando essa no ostracismo.
Para alguém que possa não ter entendido o título deste texto só se requer recorrer ao autor
da frase antônima da reflexão proposta pelo filósofo, matemático e físico
francês René Descartes (1596-1650). Ele popularizou: “Penso, logo existo”. Agora
o mundo adota: “Não existo. Pago a quem pensa por mim.
Se ainda existisse, Descartes cairia de costas acerca da absurdez
da frase. É quase certo que tremeu dentro da sepultura.
Em 28/12/2022
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