sábado, 20 de maio de 2023

VEREADOR É PARA ENGOLIR MESMO...



... sapo de pernas abertas; xingatório geral; e toma injustiças pela  cara afora; e aceite como está escrito nas leis; e lá vão mais pedradas, pois é este o caminho certo que os incautos querem; e não adianta reclamar nem da inversão de funções caminhadas no erro em Itabira: aqui quem fala mal  de vereador é o prefeito — a função que a cultura atual impõe é esta mesma e não vai mudar agora

 

Ser Vereador

Tal nome de tal livro nasceu para criar uma atividade positiva na vida do vereador. Então, que lancei três livros sobre o assunto e crei  um projeto anterior ao tal “Orçamento” Participativo (que já caiu do galho) e o  “Plano Funil” que foi sucesso e estreitou as relações do povo com o poder público. Quem é político em Itabira e nunca viu ou ouviu falar dos livros “Ser Vereador” (1999) e “Caminhos para a Vitória” (1ª e 2ª edição/ 2000 e 2011)”. Todas as letras pelo vereador, para o vereador que ninguém defende.



Porque o vereador é o que se expõe, aquele que está na Câmara no horário em que todos sabem e não tem como fugir da situação em que é exposto, cara a cara, com o eleitor. E mais, tem poderes limitados e que dependem quase sempre de sua criatividade, de inspiração, de amor  aos representados e difícil boa vontade do executor. É complicado ser vereador de qualquer maneira, na felicidade e na dor.

Quanto recebe?

O vereador de Itabira recebe sete mil e poucos reais mensalmente, líquido e limpo, tive acesso a um contracheque. Tem despesas às vezes imensuráveis, pode ser até um “João-Não”, que  nega tudo aos pobres, miseráveis. Esses  são obrigados a pedir porque sempre faltam remédios nas farmácias da Prefeitura e têm ainda as contas de energia elétrica e água, sempre acumuladas. Se não nega, se atender a vários pedidos, a porta de seu escritório tem uma fila maior que a da Caixa Econômica Federal. E os buracos? E a falta de água? E esgotos entupidos? E os passeios jogando velhos no chão? E as promessas?

 

                                                            Hora de votar

 Nos corredores do Poder Executivo, de cada vítima criticada em dez talvez uma seja elogio ao vereador. Quando tem um projeto  polêmico para ser discutido e votado, à sombra do falar o que quer, o frequentador de turminhas “mete o pau”  junta-se a campanhas do “vai na Câmara e vaiem, e peçam, e gritem e exigem”.

 

E lá vem a análise que não é lógica da boca do prefeito, de seus auxiliares, que pinta como verdade e nem sempre é. O bom-senso quase sempre supera a verdade de hoje, que amanhã  vira uma deslavada mentira. O prefeito sempre diz “nunca vi isso”, “nunca vi aquilo” e eu nunca vi foi prefeito falar mal de um poder constituído legalmente diante de todos os microfones.

 

É claro que aos olhos de quem quer que seja um super aumento salarial hoje é o melhor palpite para um vereador aprovar, mas pergunto: e amanhã? Em Itabira muito se fala em diversificação econômica e pouco se dá corda a essa proposta. Este deveria ser o slogan do atual governo: “Faça o que eu falo mas não fale o que faço”. Seria mais transparente.

 


Vereador é coragem

Podem fazer-me perguntas como ser vereador. Durante dez anos fui, tive momentos bons e ruins, desanimado ou inspirado, mas no cômputo geral, avalio-me como atuante e esforçado. Não me peçam um relatório do que deixei como realização, como proposta, como lei, no Poder Legislativo, que posso ser exagerado a meu favor. Quer saber? Vá lá e consulte os anais da Câmara Municipal  e vejam e sintam e comparem. Tem um detalhe: não era o tempo da internet.

 

Pelo grande esforço que fiz é que sinto o desejo de fomentar cada vez mais a defesa do vereador. Sempre lamentarei que a Câmara Municipal de Itabira tenha apenas uma mulher na sua composição. Rose Félix precisa sempre lutar mais, ser mais ativa, esforçar-se muito porque nos seus ombros recai uma responsabilidade gigante, é o retrato da mulher itabirana. Se existe uma só mulher que representa 51% de Itabira, sua carga de trabalho cresce, a seriedade  transparece.

 

Ela tem sempre um com contingente de apoiadores ao seu lado. Parabéns presidente Heraldo, Neidson, com sua leal experiência e demais carregadores de piano. Acompanhem, por exemplo, a luta de alguém que leva a sério, como Sidney do Salão, me atrai um projeto dele, “Cabeça feita   Todos, são 17 no total.

 

Lembro-me de um vereador a quem devoto admiração eterna, mesmo estando ele no outro mundo, quem sabe vigilante do atual poder. Refiro-me a José Braz Torres Lage, que ensinava o que é a representatividade política. Ele sempre proclamava em seu discurso: “Não adianta ser vereador graduado e pós graduado; ele precisa ser representante leal de comunidade e ainda mais deve saber o que é espírito público”.

 

Vereador não é somente para elogiar ou  criticar. Ele tem de verear, que é fiscalizar, ser insistente e levar ideias Que os vereadores brasileiros tenham a admiração de quem de verdade respeita o povo.

José Sana

20/05/2023

Imagens: Arquivo e Redes Sociais

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