E agora, Mallage?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Mallage?
e agora, MalLage?
A Itaurb esturricou...
A Involução chamou,
e quebrou também,
que amava ninguém
sem receber um vintém
A cidade está imunda
sua turma ficou corcunda,
o dinheiro enfim acabou,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o mato chamou os ratos,
cadê as obras de pracinhas
nem festas têm mais
não veio a distopia
e tudo avacalhou
e você que nem pensa
não tem pagamento, nem 13º.
e agora, Mallage?
E agora, Mallage?
Suas doces mentiras
tentaram ser amargas verdades.
sua cara de pau
seu lero-lero,
seu abuso virou blá-blá-blá.
seu rebolado entravado,
a última dama
revirou-se na cama — e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta na fazenda mau tempo;
você agora e sempre
vai voltar para de onde veio.
Quer ir para Cemig?
Zema não aceita.
Quer ir pro Cruzeiro?
Pedrinho BH rejeita.
Mallage, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa do capeta,
se olhasse pela greta.
se você não pensa no 13º.
se deixa pra última hora
se tem vereadores no seu sovaco
você nem se incomoda.
Incomodar pra quê
você é duro, Mallage!
Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
vai preocupar com o futuro?
Itabira que se dane, não é?
Vai dar tudo certo, Mané!
"La forasteria" resolve já
que fuja a galope,
você marcha, Mallage, tá?
para aonde, seu panaca?
Vai comer o tal pão
quem vai oferecer é Lucarlos.
E agora, Mallage?
Zé do Burro
Imagem: redes sociais
09/09/2025
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