Não
é necessário contar a história verdadeira de um deus a partir das mais remotas
eras. Desde a Idade Antiga esse deus existe incontestavelmente e simboliza o
poder de acordo com a sua quantidade em números. Aqui não vou perder tempo com
isso. Há muitas fontes de consultas sobre essa história e se torna fácil
entender o seu porquê e a sua importância.
Da
humanidade politeísta à monoteísta pode ter demorado algum tempo vasto, mas o
entendimento de cada sentido religioso também se estampa como de fácil
interpretação. Também não vou me delongar nessas mudanças ocorridas através dos
tempos. Nem vou me deter na história do capitalismo, que transformou o mundo em
um hostil e sistemático meio de opressão e ao mesmo tempo ostentação. Quem
quiser parar por aí basta consultar dezenas de autores famosos, de Marx a
Hegel, passando por dezenas de outros que influenciaram as suas hipóteses e
teses.
Quero
chegar aos dias de hoje, tempo em que o Deus verdadeiramente amado já pode ser entendido como uma força maior da
natureza, a que criou e transformou (por meio de nós) o mundo. Para a
insensibilidade só cabe o ateísmo, ou seja, para ele Deus inexiste porque
sensibilidade é mais que uma nova faculdade, ela é que faz criar novos
sentidos, novas fontes de interpretação, ou a realidade mundana em si. Também
salto a abordagem dos céticos. Tal figura não me interessa nestas curtas
linhas.
Desde
quando me entendo por alguém no mundo tenho observado que há algo muito amado
na face da Terra e que o adulam como um deus invisível no todo e super
perceptível no tato. Não há nenhum escrúpulo: a zona rural, a cidade, o estado,
o país — tudo se desperta pelo alvo do dinheiro. O médico, o advogado, o
engenheiro, o técnico, o professor, o jornalista, o operário de obras urbanas,
o que constrói casas e edifícios, o comerciante, o balconista, o contador, o
faxineiro, o cozinheiro, enfim, todos, detêm várias maneiras de fazer alguma
coisa, mas o objetivo de todo o trabalho é o dinheiro.
Você
sai de casa e vai trabalhar. Se não existisse o dinheiro, provavelmente,
ninguém olharia a hora para caminhar, pegar uma condução qualquer, assinar ou
bater o ponto. Ficaria em casa, ou sairia para visitar alguém e mesmo conversar
na praça. Mas existe a padaria, você vai lá busca o pão, antes de sair, paga o
seu preço. Em casa fala-se no emprego, no serviço, no trabalho, tudo movido a dinheiro.
Também
não é preciso falar muito sobre o dia a dia para dizer que tudo é dinheiro: — Quanto
você ganha? Quantos imóveis e veículos tem? Quanto paga de despesas para manter
a casa? Você tem plano de saúde? Quanto paga? Ah, morreu? Tem que comprar
flores e caixão, há também o custo de morte que se defronta com o custo de
vida. E tudo é dinheiro que, se você o tem, ou antes dele detém uma parte do
poder, então você é poderoso, bonito, respeitado. É pobre? Este não venceu na
vida, não está bem de vida.
E
por aí vai... Só quero concluir, sem medo absoluto de errar, que este em que
vivemos é o planeta da hipocrisia, onde se diz que faz uma coisa, mas, na
verdade, se faz outra tarefa diferente. Aqui neste mundo só tem o Deus Dinheiro,
então, deveríamos nos calar porque esta vida nada tem de verdadeiro, pelo menos
sob o domínio de um deus falso e que pode chegar a nós por meios ilícitos e até
violentos. “Dinheiro, amo-te acima de tudo!” — eis aí a oração que o mundo
inteiro reza todo dia e quase toda hora.
Sem
contestação. E, para ansiar qualquer mudança, nunca se chegará a ela se não for
abolido, suprido, retirado o adorado amor de nossas vidas. Como? Você decide e de minha parte, não sei. Fim.
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