quarta-feira, 15 de abril de 2020

AMOR ou DOR: a ordem expressa é consertar o mundo (1)

Inicio aqui uma nova fase de meus escritos, talvez apenas para o futuro, não sei precisar agora. Mensagens amenas, tranquilas, são tentativas que vislumbram o  equilíbrio do corpo e da alma. Acredito piamente  ter  chegado o momento de praticar esta  ação própria de um carneirinho amestrado. 

Deus ensinou-me ser razoavelmente atrevido na vida, esquentado, mas contido quando é preciso. A escrever e a ver, perceber, vislumbrar, sentir, ter raiva e não ódio. Amar e ser amado. Plantou muitos sentimentos em mim. Eu também não soube captar uma série de virtudes que estavam ao meu alcance. Escapuliram-se. Ou chutei o balde.

Fez Ele umas trocas compreensíveis em mim: tirou audição e acrescentou percepção, como diria: foi justo na sua infinita e inqualificável bondade. Sofri bullyings incontáveis e soube suportá-los. Créditos obtive. E, depois ainda, Ele permitiu-me recuperar  grande parte do ouvir  com aparelhos sofisticadíssimos que pude adquirir e ainda a eles tenho acesso pela vida afora.
  
Sem contestar quem quer que seja, imagino estarmos numa tempestade. Só não me passa na cabeça que há apenas um barco para todos. São muitos e cada um escolhe a sua lancha. Mas posso rogar a favor de quem amo ou mesmo não está ao meu redor: não aceite uma chalana furada. Nem uma nau sem rumo. Procure uma embarcação segura. E siga em frente.

Para início deste trabalho, não adianta que um ou outro tente contestar as minhas remadas neste barco. Haverá descuidos adiante: cachoeiras perigosas serão trespassadas, ou ventos ao Norte e ao Sul, os quais soprarão até com fúria. Não vou nunca discutir isso. Ordens expressas de mim para mim. E acredite quem quiser. Um grande sinal de liberdade que tivemos d’Ele aí está diante de nós: o livre-arbítrio. Lute por ele. Está sempre ameaçado por furacões, tufões, tsunamis.

Fiz uma barganha corajosa: vou deixar de debater, discutir, discordar e passar a assentir, calar-me e adotar a concórdia extensa como uma conquista. Trata-se de uma cara aquisição ao longo de mais de sete décadas. Vou lutar por este lema até o último sinal do infinito. Este ideal irrefreável sempre esteve comigo como incentivo e força para a autoestima.

Poucos conhecem a minha história de vida e nada precisam conhecer. Afinal, ela é simples como de um zé-ninguém. Só que sinto, no íntimo, retirando os erros cometidos ao longo da caminhada ou do tempo navegado (só aprendemos com topadas), ela é, como diria Drummond, “mais bonita que a de Robinson Crusoé”. Até porque aquele, que teria ficado 26 anos numa ilha, é uma lenda. Contrariamente, acredito não haver fábula em mais de 70 anos vividos por mim nesta ilha chamada Planeta Terra.

Quem quiser acompanhar os meus rabiscos, ser-lhe-ei muito grato. Enviarei a quem desejar cada link. Se não quiser, não vou me queixar. Nas narrativas e anúncios do que acredito ser um novo mundo, deixe que entre e saia da memória as palavras que serão inofensivas; ou guarde simplesmente a análise da filosofia para o futuro. Vamos conferir quando o tempo chegar num porvir não tão distante, espero.

Desculpem-me porque neste momento me ufano e vejo um neto ou bisneto ou trineto se orgulhando de um iniludível avô. No entanto, pode ser também que alguém diga: “O idiota”, como escreveu o notável escritor russo Fiódor Dostoiévski. E se enganou completamente.

São Sebastião do Rio Preto: cidade em que nasci
Para  início desta série de textos, os quais são completamente diferentes dos que rabisquei até então (só neste blog somam 342 e na vida mais de 10 mil), por ironia do destino (ou será um recado vindo de Cima?), recebi uma parábola, por e-mail, enviada exatamente por um escritor que se intitula “monitor de redações”, mas que, conscientemente, informa que a autoria é desconhecida.

A chamada com um título atraente: “A parábola  do cientista e da criança: como consertar o mundo”. Leiam que beleza, que recado, que reflexão produz a sua leitura:

“Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios  de melhorá-los.  Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.

Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.

Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.

De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:

— Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho.

Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:

— Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!

A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança.

Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?

Então ele perguntou:

— Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?

— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era.

Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo”.

José Sana

15/04/2020

P.S.: 1. Caso queira você receber o texto número 2 e os seguintes, basta enviar-me  uma mensagem pelo WhatsApp (31-99529-8235) ou pelo e-mail josesana2012@gmail.com
 
         2. Se alcancei ou não uma graça, sinto que sim. Por ela agradeço a Deus, à minha esposa Marlete, aos cinco filhos, aos dez netos e a muitos parentes, amigos, pessoas de bem que engrandecem a minha vida.

OBRIGADO

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