Atenção governistas do mato-dentro! Parem de mentir, fiquem de boca fechada, em que mosquito não entra. Assim o povo desta terra esquecerá tudo
Tudo o que chamam de lenda não é mais. Virou verdade numa cidadezinha do interior e espalhou-se pelo mundo afora. Consiste no seguinte: um bispo, dos novinhos em folha, resolveu fazer uma trapalhada que abalaria Roma e acho que acabou ceifando as torres que circundam o Vaticano.
Não vou contar o
tamanho da sujeira, é outro assunto. Apenas o seguinte: o prelado, depois de
cometer o erro imperdoável, não dormia, não comia, caiu numa cava e eterna
depressão. Com ele, seus confrades, preocupados com o que estava acontecendo,
sussurram, de ouvido em ouvido, o que poderia ser feito para acabar com aquela mutreta.
Jornais de todo
lado, emissoras de rádio da região, sites endoidados caíam de pau nele, todo
dia, arremessando-lhe pancadas na cabeça, no peito, no pescoço, com palavras
denunciadoras e de extrema gravidade. O que urravam fazia tremer não Roma
apenas, mas o Céu, o Purgatório e o Inferno.
Ninguém resolvia
o contratempo, que só se agravava, até surgir uma luz no do meio ao fim do
túnel. Convocaram um outro bispo de outra jurisdição, este calejado, mais
velho, cheio de ‘ideias geniais’ o longevo prelado recebeu o apelo, quase uma
convocação para comparecer à cidadezinha e lá dar cabo àquele nefasto
acontecimento, que garantia – nada mais, nada menos – que o bispo da diocese
vendera um terreno da paróquia caladinho, só vendo... e caro.
Dom José
Espertalhão chegou. Saltou do jipe empoeirado, capota de lona rasgada,
encaminhado rapidamente (era velho mas continuava como um coelho de batina e
nem tropeçou na batina), entrou no salão onde lhe esperavam duas dúzias de
beatos assustados, trêmulos e de olhos esbugalhados.
Deu boa tarde,
proferiu somente as seguintes palavras: ‘Meus amigos, não se atordoem! A partir
de agora, nada aconteceu, deixem berrar à vontade. Podem grunhir qualquer
impropério. A resposta é a seguinte: silêncio. Em pouco tempo, tudo cai no
esquecimento, a memória humana não vale um centavo’.
Dom Espertalhão,
achando que também Deus esquece, ofereceu-se para perguntas, ninguém quis saber
de conversa, pegou de novo a sua condução, voltando para a sua diocese,
calminha, onde ventos acusadores jamais entraram e deixando a paz na paróquia
que, aliás, é de diocese diferente.
O que ensinou
naqueles velhos tempos serve para hoje para salvar políticos inescrupulosos,
mas os que fingem, mentem e pensam que são os bons. Falar e negar o que falou é ato comum, tem governo que nunca falou a verdade. Os estrategistas de plantão,
os donos do poder, os que vivem num patamar alto, estão adotando o que o quase
cardeal ensinou. Por ser vitoriosa, a sua sabedoria recebeu a denominação de “Tática do Bispo”. É o que o nosso chefão está fazendo. Mas vai cair do cavalo.
Todos estão
abençoados, perdoados, ninguém fez nada, o exemplo ainda serve “per omnia saecula
saeculorum. Amem”.
José
Sana
Em
28/04/2023
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