quarta-feira, 26 de abril de 2023

NÃO QUERO ASSISTIR AO RÉQUIEM DE ITABIRA

 

Este  é  o dilema deste instante: entregar as nossas forças, empenhar o nosso futuro e  jogar fora a nossa honra. Quem não se arrisca a  juntar-se ao exército para enfrentar o inglório momento que  apresente as suas razões


1. Chego a Itabira, década de 1960, e topo com uma figura, o vice-prefeito, na porta da Catedral, recebendo o bispo Dom Marcos Antônio Noronha, o primeiro da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano. Ele me cumprimenta  gentilmente  como se me conhecesse, característica de sua personalidade. Seu nome: José Machado Rosa, que exercia o cargo de prefeito enquanto  o titular do cargo, Wilson do Carmo Soares, estava afastado.

 

2. Saltemos no tempo. Ele sobe a Rua João Rodrigues Bragança, esperto como sempre, arrancando da Água Santa até um dos apartamentos no BNH. Ele e a professora Maria do Rosário Rosa são casados e têm dois filhos: Bernardo de Souza Rosa e Leonardo de Souza Rosa, ambos advogados e, o primeiro, vereador em Itabira do partido Avante.

 

3. Somos vizinhos no BNH e nos  tornamos amigos  (Marlete e eu) do casal Zé Rosa e Rosário Rosa. Ambos nos  ajudam muito na caminhada cultural, política e social de Itabira. Como vereador também e depois funcionário da Vale, mais tarde repórter, tenho a grata satisfação de dizer que passava horas com ele na Casa Rosa, outras vezes em encontros sociais e entrevistas que me concedia. Muita narrativa da história itabirana que transcrevi na DeFato devo ao meu ilustre amigo Zé Rosa e à sua esposa Rosário Rosa.



 Vereador Bernardo Rosa: família tradicional e mandato sério

4. O tempo dá uma guinada de 360 graus e escrevo tópicos da nossa jornada. Ontem ouvi pelas emissoras de rádio da cidade toda a reunião do Legislativo e nela gravadas as declarações firmes do vereador, da base governista, ex-secretário de Governo da Prefeitura, homem de confiança do prefeito Marco Antônio Lage, que ajudamos a eleger-se em 2020. Vereador Bernardo, sincero e honesto, como o pai, a mãe e o irmão,  mais ainda como toda a família, incluindo o sangue da primeira esposa, Nenzinha Rosa, falecida prematuramente.

 

5. Hoje, confirmo as palavras de ontem (os que não me amam dizem por aí que sou surdo e que não tenho prótese corretiva) as mais sinceras palavras que gostaria, infelizmente,  de dizer e venho, de certa forma, dentro de minhas possibilidades, reafirmando. Denuncia ele altos gastos da administração e requer que envie à Câmara Municipal “planejamento financeiro da Prefeitura”. Seu pronunciamento traz a manchete do “Diário de Itabira” desta data (26/04/2023) e apresenta as suas razões, todas com base na mais límpida e tenebrosa realidade.

 

6. Nem é preciso completar mais uma letra na manchete do seríssimo jornal, visto que ali está registrada a verdade. Já tenho um levantamento que devo colocar aberto ao povo itabirano  sobre o aumento das despesas nos dois últimos anos. As despesas fixas com folhas de pagamento, custeio de modo geral e a gracinha feita com a Itaurb, tudo claro, mas que o chefe do executivo parece desconhecer. E me preocupa muito mais ver o prefeito copiar claramente os ideias socialistas que começam exatamente no empobrecimento de uma cidade-modelo. Ele viaja para aonde nem tem algo a buscar e fatos inesperados se sucedem.

 

Devo declarar que imagino,  por enquanto, o atual governo preparando-se para jogar a culpa no Bolsão de Pobreza, que a própria Vale no seu tempo de fundação anunciou como possível, em  cima exatamente do chavão “minério não dá duas safras” . Se for para doar dinheiro, o prefeito não tem tido nenhum protocolo. Salários altos, enfermeiros garantidos, festas em exagero, tudo entregue por dever social. “Se for para entrar no social, vai lá que o prefeito paga”, já ouvi esta frase umas dez vezes.

 

7. Devo ainda lembrar que Marco Antônio Lage repetiu em amiudadas vezes, aos gritos, em alto-falantes de volume altíssimo, nas principais praças públicas de nossas ruas, avenidas e  na zona rural a seguinte frase que celebra uma falta com a verdade desarvorada:   “Meu partido político é Itabira”.

 

8. Agradeço  ao vereador  Bernardo Rosa por despertar o povo de nossa Itabira. Não fosse ele, também outros vereadores (não vou citar os nomes para não incorrer em erros), demoraria um pouco mais com estas palavras que devem ser alicerçadas em urgência urgentíssima.



                            Lula e Marco: o marco do Socialismo à força

9. Espero que façam com que o nosso chefe itabirano reveja suas posições  e comece a pensar seriamente no futuro econômico e financeiro de Itabira. Podemos ser, alerto com muita força, uma das primeiras cidades mais ricas do Brasil a falir de forma prevista e  vergonhosa. Tenho 57 anos de presença nesta terra e não quero assistir ao réquiem ser celebrado aos choros e lamentações em todas as nossas igrejas, vias públicas, casas, cozinhas e até velórios. 

José Sana

Em 26/04/2023

Fotos: Redes Sociais

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