Gente do bem se interessa por este tema: a segurança pública cada vez mais insegura no mundo passa pelo caminho do combate aos tóxicos
Vou tentar
escrever só um pouquinho, linhas resumidas, porque o povo lê pouco. Só vou citar o
nome de uma pessoa que não é traficante e abandona até uma doença grave que
carrega no corpo e se entrega ao tema cada vez mais perigoso das drogas.
Aguarde que talvez diga o nome.
E afirmo mais: ela
vem procurando, desde 2021, apoio a um projeto de socorro aos pobres coitados
vítimas de azar social gravíssimo.
A nossa cidade tem
mas não tem o Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas de Itabira
(Comppud). A afirmativa é confusa porque foi criado faz tempo e extinto recentemente.
O Comppud é um dos
conselhos do município de Itabira, Minas Gerais, existe, atua e faz o bem.
Afirmativa falsa.
Milhares de
famílias de Itabira estão padecendo, sofrendo, morrendo por uma causa injusta: a
sociedade não têm apoio do poder público local. Afirmativa verdadeira e
lamentável.
“Centenas de
crianças, jovens, adultos e idosos perambulam pelas ruas, becos e vielas, como
zumbis, à procura de uma nova dose, uma nova pedra, mais uma vez, cada vez mais”.
Afirmativa verdadeira de quem mais luta contra o problema, cujo nome talvez
diga no fim deste texto.
Vítimas de uma
doença desconhecida por todos e cercada por mitos, preconceitos e tabus são
tratados como vagabundos, criminosos, merecem morrer. Afirmativa verdadeira e
terrível.
O tempo passou e
uma pessoa que enfrenta doença grave (não mata mas maltrata, chamada
fibromialgia), vive o seu problema, mas se entrega de corpo e alma aos
problemas talvez mais graves de Itabira, nunca seus. As consequências são cada
vez mais letais para uma família, uma cidade, um estado e um país.
Terapeuta
holística, conselheira em toxicodependência, palestrante, professora em cursos
de formação de conselheiros em dependência química no Exército Brasileiro,
coordenadora do grupo Amor Exigente, ex-colaboradora da DeFato e atual
colunista de Notícia Seca.
Precisa dizer seu
nome? Foi renegada em apresentar um projeto inovador para ajuda a centenas de
famílias durante três anos e oito meses. Cansou de bater às portas do poder,
esteve assentada em dezenas de cadeiras de espera, retornou para casa com
incansáveis “nãos” cuspidos em seu rosto.
Em véspera de
eleições foi convidada a mostrar a sua dedicação, tentando seduzi-la à
profissão de mentirosa. Sem chance e fim de papo.
Não quer papo. E encerro assim: prometi mas não vou cumprir a promessa em dizer o nome da heroína itabirana, que não quer pagamento algum e quanto menos é candidata a ascensorista de elevador ou síndica de prédio de dois andares.
José Sana
Em 6 de setembro
de 2024.
Fotos: Arquivo NS
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