Espera-se
o despertar da salvação, apesar de ferrenhos
ataques do inimigo cruel e ameaçador
Vamos viver um grande
filme? Ou melhor, já estamos vivendo
esse romance de terror? Denominemos a peça o mais rápido possível, nada de
surpresas. “O silêncio dos inocentes” é o filme que se expõe em cartaz.
O ingênuo também sai logo do armário e se chama Itabira, ou itabiranos. E que a cidadezinha qualquer resista e nunca se entregue ao mal. Rica para sempre, pobre sempre, cabeça de cuité, diz um cidadão que quase entra para a Forbes, mesmo vindo de um lugarejo deste nome mesmo, perto de Santa Maria de Itabira. É o Cuité, sim, Seu Zé.
Melhor dizer logo que a rica
e penosa nunca soube de seu poder, ou tomou
conhecimento por meio de forasteiros. O inesquecível João Bragança afirmava
taxativamente que “Itabira é como o boi, não sabe a força que tem”. Uns vieram
para explorar, outros para alertar quando a vaca está praticamente dentro do
brejo.
A obra tradicional foi escrita por Thomas Harris e publicada em
1988. Agora, do outro lado do disco, existe uma das mil interpretações sobre a
terra de Carlos Drummond de Andrade.
Disse Drummond: “Na cidade toda de ferro as ferraduras
batem como sinos. Os meninos seguem para a escola. Os homens olham para o chão.
Os ingleses compram a mina. Só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma na
derrota incomparável”. Isso é tudo, diria um juiz de tribunal.
Acreditem os incautos, por
aqui vinham os sonhadores com riquezas minerais. Chegavam a estas bandas
displicentemente, por vir. Por acaso, talvez. Eram vistos como uns malucos de
pedra, com bengalas, chapéus e sem rumo,
e nada para ou por fazer. Falavam “línguas
emboladas”, como um tal de Percival Farquhar
que, apesar de animado e quase falando o português, vindo da América do Norte,
aproveitou-se para começar a praticar o seu jogo e envolver os nativos.
No ano de 1910 lá na Suécia
estava o teimoso Percival procurando tornar-se líder em Estocolmo ao participar
do I Congresso Mundial de Mineração. Foi ele próprio que deu início à guerra do
minério, ou soltou os cachorros ao cravar quem numa cidadezinha qualquer, nada mais
que uma com o sobrenome Mato Dentro, detinha a maior concentração de hematita,
própria para a siderurgia, rica em ferro.
E essa aglomeração de
fortunas, para início de tudo, chama-se Cauê, antes pico e agora cava. Na
verdade ele, Percival, já tinha adquirido, por preço de banana, aquele
aglomerado que acabou sendo o início da formação da fase de maior atração
humana a esta terra.
O Silêncio dos Inocentes
no filme era a caça ao canibal, um serial killers de alta periculosidade.
Transportado para Itabira, trouxe um maior criminoso chamado Buffalo Bill,
preparado para morrer caso fosse correto o plano, espera-se ainda.
Em Itabira, a tática foi
passar pelo homem perigoso, o Hannibal, até
chegar em Buffalo Bill, dominado por uma mulher, uma grega exportada, para
transformar a cidade em uma trupe de inocentes pessoas, todas silenciosas, com
surpresas para colocar em prática, quem sabe!. É o capeta contra o demônio com
satanás no apito. Confusão, portanto.
O romance mais que
aterrorizante e de suspense desenvolve-se
a mil por hora. Veremos o que pode ocorrer em 6 de outubro, o Hannibal violento
espera a vitória, os inocentes continuam silenciosos. Diz a sabedoria caipira
mas atenta que em boca de urna, barriga de mulher e vontade do povo tudo pode
acontecer.
José Sana
Em 25/09/2024
Imagem: Arquivo
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