CONVÊNIO ASSINADO — Fui informado de que se encontra, devidamente guardado, como convém à burocracia, em gavetas da Prefeitura de São Sebastião do Rio Preto, um convênio assinado entre a municipalidade são-sebastianense, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e a mineradora Anglo American. Objetivo: reconstrução do Estádio Dr. João Rodrigues de Moura, destruído por um dos subscritores, o DER-MG. Mas, como quase tudo o que acontece neste país, está parado, parado, parado. Esperando que alguém acorde.
MAIS
INFORMAÇÃO DA PREFEITURA — Estive na última sexta-feira (anteontem)
na Prefeitura de São Sebastião do Rio Preto e fui informado de que
representante da Anglo American estaria na cidade naquele dia para fazer
acertos. Sei que ninguém foi, ninguém passou, ninguém estava esperando.
COMO
VAI INDO ANDANDO — “Tudo vai mesmo indo andando parado”...rs...rs...rs... A frase é
de um dos cinco bêbados com os quais conversei. Infelizmente, a minha terra
natal continua sendo o paraíso de muitos
beberrões. Não vou dizer que eles bebem porque nada têm para fazer, um campo
para jogar futebol, mas garanto que a
cidade sem esse espaço mostra uma perspectiva mais lúgubre.
POVO
QUE BEBE — Na defesa do DER-MG, cito o nosso saudoso conterrâneo, José Lucas
Ferreira, Zezé da Maricas: “Em São Sebastião só o sino não bebe porque está de
boca pra baixo”. Quer dizer que muitos não bebem por falta de opção de lazer.
Contudo, as drogas esquentaram a cidade nos últimos meses, aliando-se ao
álcool.
Assim o DER-MG fez a rodovia destruir o campo de futebol |
DROGAS
NAS ESCOLAS — Alguém me disse que as escolas da região estão infestadas de
traficantes e consumidores de drogas. O mais sério é que optam pela droga mais
perigosa, o crack. Também isso não é culpa somente do DER-MG. Mas que é mais
uma contribuição para o aumento do consumo, isso está claro.
FALTA
ENTUSIASMO — Não há aquele entusiasmo positivo entre os jovens. Em praticamente
todas as cidades tal panorama é um fato real, mas em São Sebastião do Rio Preto
constata-se que a situação é mais grave. Na verdade, os jovens têm apenas uma
opção de lazer: ir para o rio Preto e nadar. Natação sem regras, sem
organização, sem liderança. Serve, contudo, para a bebedeira e o risco de
afogamento.
NÃO
VAI MUDAR — Se
uma liderança qualquer — político, profissional (professor, comerciante
etc.), padre, pastor, qualquer cidadão — não aparece, não grita, não cobra,
tudo “continuará como dantes no quartel de Abrantes”. Incrível, anotem: o
jornalista Chico Maia, uma das vozes que trabalham contra essa triste situação,
que ajuda a divulgar, me cobra de vez em quando: “E o campo?” Quer ele dizer:
ainda nada fizeram? Nada fazem? E respondo: “Nada, meu caro amigo Chico Maia.
Parece que a cidade vai completar sete anos sem essa área de lazer”.
BATIDA NA MESMA TECLA — Mas
o DER-MG pode ficar tranquilo que a obsessão não será apenas nossa, de alguns
filhos da cidade, de jornalistas que ajudam a protestar, mas também do próprio
óbvio. Ele não vai deixar os (ir) responsáveis dormirem para sempre na situação
do nada faz. Vai continuar falando, escrevendo, protestando, denunciando. Até
quando não se resolver a questão.
PS: Hoje é 20 de janeiro, Dia de São
Sebastião. Há uma festa animada, celebrada na cidade com muita religiosidade
vinda de poucos, é verdade. Que o mártir ajude também nessa empreitada do campo
de futebol e fique do lado do óbvio.
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