Roneijober Alves de Andrade nasceu em João Monlevade, viveu muitos
anos em Itabira e hoje divulga Ipoema, onde mora e trabalha, para o mundo.
Conheci-o na Redação do Hora H, jornal que Luiz Müller criou e que ficou em branco,
solidário à entrada do Diário de Itabira,
que persiste entre nós. A minha primeira impressão do jornalista-fotógrafo foi
de pena, compaixão, sentimento de olhar como se fosse um pobrezinho. A humildade estampada em rostos humanos muitas
vezes parece presunção. Em Ronei, todavia, ela era e é um jeito arraigado de
ser. Daí o fato de espelhar ele, também, uma ingênua criatura: é capaz de
ofender alguém com a mesma naturalidade de o estar endeusando, considerando a
sua simplicidade natural. Inimizades?
Acho que não tem, apesar de vez por outra manter alguns “pegas” na defesa de
suas ideias.. Que o diga o seu colega de colunismo no Diário de Itabira,
Armando Bello, outra figura de realce na comunidade.
Falei um pouco de Ronei para caracterizar aquele rapaz pai de
dois filhos — Ruan e Rafael — casado com uma criatura cuja voz de cantora mostra
uma suave personalidade e outra
qualificada simplicidade — Ana Maria—, e dizer que neste dia 22 de fevereiro
ele lança o seu segundo livro, “Suor Sagrado
— Retratos de ações de fé em prol da cultura no Morro Redondo”. Embora
tenha eu participado humildemente um pouquinho da reconstrução da Capela do
Senhor do Bonfim, sinto-me importante por ter ido com Ronei algumas vezes à
casa da artista Vilma Nöel, que se tornou nossa amiga leal, de cujas trocas de
opiniões saíram três ornamentos indispensáveis ao santuário: o “Destino”, anjo
de dez metros de altura, que enfeita o
adro da altitude de 1.200 m; o Divino Espírito Santo, encravado na parede
de frente do santuário e o Senhor do Bonfim, que realça sua presença no
altar-mor da ermida. Vilma chegou a dizer, em seu discurso na inauguração da
obra, que de nossas convivências e amizade surgiu a sua dedicação a uma de suas
centenas de obras, muitas espalhadas em mais de 20 países.
O novo livro de Ronei conta a história em fotos de como foi a
jornada de labuta, um pouco mais rigorosa do que as corriqueiras, porque, além
dos obstáculos normais, especialmente a busca de recursos financeiros, tudo o
que está hoje fincado no alto do Morro Redondo subiu a íngreme montanha em
lombo de burro ou de homem. Disse eu para o responsável pela obra, que teve o
apoio de padres da Paróquia de Ipoema, que não há quem possa medir quantos
litros de sangue foram jorrados dos rostos de operários anônimos, aos quais o
autor do livro deu merecido destaque. E por causa do anonimato, os suores
tornaram-se sagrados e valorizaram muito mais o conjunto erguido, incluindo o
Caminho de Santa Cruz, com 12 quilômetros de extensão, e o que é de mais
importante: a renovação da fé de ipoemenses, itabiranos e de turistas que
chegam de todas as partes do Brasil e até de outros países ao cume daquela
montanha sui generis.
Para registrar o acontecimento da chegada do livro, nesta sexta-feira, no Centro Cultural de Itabira, apenas
gostaria de repetir o que sempre disse à procura de tentar dimensionar o
trabalho desse fotógrafo e ser idealista de sensibilidade apuradíssima: para
mim, daqui a algumas décadas, quando ninguém mais desta geração aqui estiver,
que alguém lembre o nome do real construtor do conjunto de louvor à fé cristã
e seu nome bem que poderia ser São
Roneijober, o protetor dos que confiam,
fazem, acreditam e nunca esmorecem nem sossegam.
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