quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Suor Sagrado de um fotógrafo construtor de atrações turísticas em Ipoema

Roneijober Alves de Andrade nasceu em João Monlevade, viveu muitos anos em Itabira e hoje divulga Ipoema, onde mora e trabalha, para o mundo. Conheci-o na Redação do Hora H, jornal que Luiz Müller criou e que ficou em branco, solidário à  entrada do Diário de Itabira, que persiste entre nós. A minha primeira impressão do jornalista-fotógrafo foi de pena, compaixão, sentimento de olhar como se fosse um pobrezinho. A  humildade estampada em rostos humanos muitas vezes parece presunção. Em Ronei, todavia, ela era e é um jeito arraigado de ser. Daí o fato de espelhar ele, também, uma ingênua criatura: é capaz de ofender alguém com a mesma naturalidade de o estar endeusando, considerando a sua simplicidade natural.  Inimizades? Acho que não tem, apesar de vez por outra manter alguns “pegas” na defesa de suas ideias.. Que o diga o seu colega de colunismo no Diário de Itabira, Armando Bello, outra figura de realce na comunidade.

Falei um pouco de Ronei para caracterizar aquele rapaz pai de dois filhos — Ruan e Rafael — casado com uma criatura cuja voz de cantora mostra uma suave personalidade  e outra qualificada simplicidade — Ana Maria—, e dizer que neste dia 22 de fevereiro ele lança o seu segundo livro, “Suor Sagrado  — Retratos de ações de fé em prol da cultura no Morro Redondo”. Embora tenha eu participado humildemente um pouquinho da reconstrução da Capela do Senhor do Bonfim, sinto-me importante por ter ido com Ronei algumas vezes à casa da artista Vilma Nöel, que se tornou nossa amiga leal, de cujas trocas de opiniões saíram três ornamentos indispensáveis ao santuário: o “Destino”, anjo de dez metros de altura,  que enfeita o adro da altitude de 1.200 m; o Divino Espírito Santo, encravado na parede de frente do santuário e o Senhor do Bonfim, que realça sua presença no altar-mor da ermida. Vilma chegou a dizer, em seu discurso na inauguração da obra, que de nossas convivências e amizade surgiu a sua dedicação a uma de suas centenas de obras, muitas espalhadas em mais de 20 países.

O novo livro de Ronei conta a história em fotos de como foi a jornada de labuta, um pouco mais rigorosa do que as corriqueiras, porque, além dos obstáculos normais, especialmente a busca de recursos financeiros, tudo o que está hoje fincado no alto do Morro Redondo subiu a íngreme montanha em lombo de burro ou de homem. Disse eu para o responsável pela obra, que teve o apoio de padres da Paróquia de Ipoema, que não há quem possa medir quantos litros de sangue foram jorrados dos rostos de operários anônimos, aos quais o autor do livro deu merecido destaque. E por causa do anonimato, os suores tornaram-se sagrados e valorizaram muito mais o conjunto erguido, incluindo o Caminho de Santa Cruz, com 12 quilômetros de extensão, e o que é de mais importante: a renovação da fé de ipoemenses, itabiranos e de turistas que chegam de todas as partes do Brasil e até de outros países ao cume daquela montanha sui generis.

Para registrar o acontecimento da chegada do livro, nesta sexta-feira, no Centro Cultural de Itabira, apenas gostaria de repetir o que sempre disse à procura de tentar dimensionar o trabalho desse fotógrafo e ser idealista de sensibilidade apuradíssima: para mim, daqui a algumas décadas, quando ninguém mais desta geração aqui estiver, que alguém lembre o nome do real construtor do conjunto de louvor à fé cristã e  seu nome bem que poderia ser São Roneijober, o protetor dos  que confiam, fazem, acreditam e nunca esmorecem nem sossegam.

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