sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

SÃO SEBASTIÃO É O PADROEIRO. POR QUE NÃO ESTUDAR A SUA VIDA?


São Sebastião (França, 256 d.C. – 286 d.C.), originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima)” — esses dados estão na wikipédia do google.Ouço falar: “Vamos à festa do padroeiro em São Sebastião do Rio Preto”, “Você vai?”, “Sabia que o Jésus Henrique vai cantar lá?” e “Vamos lá para beber, nadar, nos divertir.” A festa tem um emaranhado de significados para os seus frequentadores.

É preciso dizer isto: não é uma festa do Padroeiro de minha terra natal. Se levarmos apenas para o lado religioso, teríamos, sim um objetivo real. Mas do lado religioso, o que acontece? Alvorada com fogos, missa, batizados, procissão e só. Banda de música? — Não tem. Ou tem? Marujos? — Sim. Mas, que festa é essa? Muitas Ave-Marias são rezadas, centenas de Pai-Nossos. Ah... revemos os amigos, há visitas importantes na cidade, fulano chegou, vamos beber umas? Alguns jovens arrumam as suas novas namoradas, as meninas os namorados, bebem cervejas entre si, não sei se rolam drogas, dizem que sim. Não conheço.

Volto a perguntar: e o Padroeiro? Nada dizem dele e eu sempre quis saber. Agora aí está a internet para esclarecer. No meu tempo só diziam o seguinte: “São Sebastião, livrai-nos da peste, da fome e da guerra”. Mas agora não estamos mais em um mil novecentos e Padre Argel, nem Cônego Manuel Madureira, nem Padre Raul de Melo. Estamos na era do conhecimento, da sabedoria, da busca incessante. E vamos ficar na mesma, só missa, batizado e procissão? E goles? A festa melhorou em civilização. No meu tempo de criança, no final havia verdadeiros rodeios nas ruas empoeiradas. E tiroteios. Virgem!

Poderia ser realizado um seminário sobre a vida do santo francês, que teria chegado a Roma como soldado em caravanas de migração. Teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana.

Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido.
Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou, então, que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado a 30 de junho) resgatou esse corpo, limpou-o, e o sepultou nas catacumbas. Essas informações são resultado de pesquisas simples que fiz em alguns minutos.

Exposições, museu, palestras, estudos, apresentações de trabalhos de estudantes ou apenas religiosos dariam a tônica da festa. Ele passaria a ser conhecido na cidade e na região em que seu nome é pronunciado apenas, dizem que com fé, mas verdadeiramente sem sentido, assim penso. Nasceriam verdadeiros devotos. Seria criado um fórum permanente de discussões, com pesquisas voltadas para não somente São Sebastião e do espaço em que viveu, mas também a vida de outras santidades que tiveram contato com ele. Seria interessante, mas teria que haver coordenações e participações históricas e inteira dedicação não de uma ou duas pessoas, mas da comunidade em peso.

Assim entendo a festa religiosa de minha terra natal, que tem o seu dia fixo, 20 de janeiro, mas é comemorada em dias próximos para coincidir com fim de semana. Este ano é em 18 e 19. A religião como auxílio importante para ajudar o povo a viver teria mais significado. Não sou padre, não quis entrar para o seminário, mas sempre admirei esses bravos católicos, alguns que, realmente, dedicam ou dedicaram suas vidas à religião. Desculpem-me os que pensam diferente, mas já estamos noutra época. O mundo muda por segundo e os nossos costumes nunca saíram do lugar.

Mas se for para que continuemos na ignorância, nada posso fazer. Aqui escrevo sobre qualquer tema e sou livre neste caminho. E seja como for, a terra em que nasci tem um Super Padroeiro, que morreu com 30 anos de idade, com flechadas no peito, como mártir do caminho por ele próprio escolhido. Orgulhemo-nos dele.

P.S.: Dedico esta crônica a amigos e conterrâneos, especialmente a Geraldo Quintão, Marcos Paulo de Almeida Sá e Maria Magna Ferreira.
P.S.: Dedico esta crônica a amigos e conterrâneos, especialmente a Geraldo Quintão, Marcos Paulo de Almeida Sá e Maria Magna Ferreira. 

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