terça-feira, 20 de janeiro de 2015

VEM AÍ MAIS UM BATISMO DE FOGO. AGORA É FATAL

No ensino primário (hoje Fundamental) tive alguns batismos de fogo em tribunas. As professoras me escalavam para fazer um discurso, saia-me bem ou mal ou mais ou menos e, em qualquer caso, era vaiado estrepitosamente pela plateia formada por meus colegas de ambos os sexos. Tinha um fictício cargo de presidente e orador oficial no Grêmio Literário Olavo Bilac. Pedia demissão depois de todo santo discurso  mas não aceitavam. Chegava à minha casa chorando, e não recebia apoio de ninguém. Tudo isso ocorreu na década de 1950, quando tinha lá os meus 9, 10 anos. Reinava na região  uma sociedade da Idade Média. Toda ousadia, todo esforço, toda presença entre os primeiros atraía uma condenação irrecorrível. A meninada da escola, que vaiava até o Hino Nacional, pegava no meu pé.

Passa o tempo e entro para a sociedade de Guanhães, depois Conceição do Mato Dentro. Com 13, 14 anos, estudava no nacionalmente conhecido Ginásio São Francisco, dirigido pelos Padres Capuchinhos, em Conceição.  Os professores intimavam a dedo os oradores para as festividades e eu nunca, nunca, nunca, entrava na lista seleta dos discursadores oficiais. A Libertação da Escravatura,  tal como a Independência do Brasil e a Proclamação da República,  se constituía como data importante no calendário cívico do colégio. Resolvi preparar um discurso para ser lido na sessão solene de 13 de maio, no tempo   reservado à “palavra franca”. Seria uma atitude arrojada, mas havia algo dentro de mim que me dizia: “Agora ou nunca!”

Com a presença do prefeito da cidade, do juiz de direito, promotor de justiça e representação do  Colégio São Joaquim, conhecido como Colégio das Irmãs, as festividades se cercavam de muita pompa. O atrevidinho aqui, cansado de ser preterido, quis recuperar a credibilidade que conquistara em outros educandários e ficar entre os bons de palanque. Encarei, mesmo tremendo até os pés naquele desafio incomensurável, que azucrinava o meu sistema nervoso. Subi à tribuna do salão nobre do Ginásio empurrado por uma força estranha, invisível, incrível, alucinante.

Olhava de frente a plateia e só via inimigos, desde professores aos dirigentes do colégio e, principalmente os colegas. Apesar do gelo na barriga, senti bem dentro de mim que a fé se evola das mãos postas (e eu as coloquei postas antes de tirar o “improviso” do bolso da jaqueta). Gaguejei no princípio, olhei em volta, agora via caras piedosas me enfrentando. A do professor de Português, o “terrorista” José Leite Vidigal, pelo contrário, parecia me reprovar. Olho para a sua cabeça e ela só acenava com não, não e não.  Mas esse segundo batismo de fogo foi de um sucesso que me surpreendeu. Saí carregado num andor pelos meus amigos de verdade, como um leitão assado, ao contrário das vaias que ganhara  na minha terra.

Escrevi  tudo isso apenas para chegar no seguinte: vou ser batizado com fogo novamente, agora para sapecar e sem piedade. Terei que sobreviver nas  brasas e cinzas. Será, provavelmente, em fevereiro. O local ainda não está definido. Só sei que ocorrerá em breve, portanto. Esse fatídico batismo tem várias peculiaridades ainda não experimentadas. Primeiramente, devo dizer que me preparei durante aproximadamente 60 anos para esse momento fatal e para outras ocasiões, as quais serão como matar um leão em cada data previamente marcada. Alguma coisa vou narrar que credito à preparação de mais de meio século. Vejam:
— aos nove anos estreiei na minha primeira profissão, a de balconista, meio arrastado para a loja do meu pai, mas cumpri a determinação dele;
— também era prendedor de bezerro, ajudante de ordenha de vacas e guia de boi em aragem de terra;
— nos meses de colheita era colhedor de café em terrenos do meu pai;
— aos domingos fazia trabalho duplo: engraxava sapatos e ajudava na loja de acordo com a demanda de cada função;
— virei vendedor de mapas em BH, de autoria do meu tio Godofredo, atividade que exigia oragem, persistência, superação de dificuldades e autoestima elevada;
— trabalhei um ano na antiga Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, em João Monlevade, como analista de laboratório;
— fui repórter do jornal Diário de Minas e revisor do Estado de Minas durante um ano e meio;
— ingressei-me na antiga CVRD como “apropriador”, depois “auxiliar de cálculos e dados”, em seguida “supervisor geral de orçamento” e, finalmente, como jornalista na Assessoria de Comunicação;
— demitido da Vale, entrei para a vida de empresário, montando três lojas de guloseimas (primeiro, confeitarias, e depois também padaria);
— criei e dirigi durante quase 20 anos, exercendo a função de editor, a revista DeFato e o site Defato Online;
— na vida comunitária, participei de inumeráveis entidades, dentre as quais, em Itabira, da Associação das Famílias Unidas do Bairro Major Lage e da SSVP do mesmo bairro; do Rotary Club de Itabira e de associações espalhadas por várias cidades com as quais me relacionei;
— fui vereador durante dois mandatos e presidente da Câmara por duas legislaturas;
Durou seis décadas, portanto esses atos preparatórios. Com  eles, somados à teoria recebida em escolas e as práticas da vida, adquiri a minha experiência para iniciar agora uma nova luta. Assim como foi difícil a preparação, também os acertos finais para profissionalizar a atividade demandaram um bom tempo. Finalmente, fechei com a Agência Origami, dos meus amigos Celso Charneca e Thalles Duarte, tendo como base o que foi descrito acima.

E hoje? Que história tenho para contar? Agora mesmo vamos saber. Tudo na minha vida se encaixa como uma verdadeira engrenagem de engenho ou uma luva. Construí uma história, mas isso — é também minha provar tal verdade — cada um dos seres humanos tem também a sua jornada de realizações. Apresento todas essas minhas passagens para exatamente me qualificar diante dos ouvintes ou, mais propriamente, daqueles que irão dividir comigo, numa proposta de interação perfeita, a superação das dificuldades da vida.

Chegou a nossa hora. Não vou prometer que mudarei a cabeça de cada pessoa, principalmente da minha faixa etária, pois o que pretendo é rechear a vida de cada um com a certeza de que somos de verdade os heróis verdadeiros. Não temos que bajular nenhuma celebridade, nem querer nos tornar celebridade, mas, sim, cada um é a celebridade dele mesmo.

Enfim, no site que deve estar no ar ainda nesta semana haverá, procurarei dar explicações contundentes sobre a minha proposta, que não é senão um seriado. Ele tem um nome e, com a ajuda de todos, deve vingar — A VIDA É BELA  — e o seu endereço já pode ser divulgado antecipadamente: www.josesana@josesanapalestras.com.br.

Vamos discutir a proposta em um palco e fora dele sobre a beleza da vida. Já perdi e perdemos tempo demais, aceitando, sem reação, doenças, depressão, medo, desconfiança, concordância com as imposições e uma série de outros defeitos que são nossos conhecidos íntimos..

É chegada a hora de partirmos para um novo caminho porque  A VIDA É BELA  mesmo, e vamos provar em cada palavra que este segredo foi ignorado durante séculos e séculos.

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