Escrevo textos
desde a segunda série primária. Minha paixão pelas letras foi descoberta pelas
inesquecíveis professoras que tive — Ilsa Caldeira Duarte, que faleceu há
poucos meses; Inês Alvarenga, residente em Belo Horizonte; Ana Juventino Ferreira, Dona Zizinha, e
Semírames Duarte, Tia Ninita, essas duas últimas diretoras de nossa escola em
São Sebastião do Rio Preto.
Tenho pelas
quatro não apenas belas e gratas recordações, mas o registro claro e
incontestável na memória de lições que valem uma vida inteira. Por exemplo,
todas as citadas me ensinaram, entre mil e outras aulas, que cada palavra só
tem uma forma ortográfica. Digo isso apenas para chamar a atenção contra o
relaxamento que hoje atinge o nosso idioma pátrio. Lamentável!
Um dia descobri
que não basta escrever corretamente frases e textos. Muito importante passou a
ser também o convencimento, a construção de itens e a contextualização. Tal
visão caiu também do galho porque dependemos ainda de consistência lógica,
certeza absoluta e conhecimento do teor
abordado. Para impor total atenção, de minha parte, sem trocar ideia com
ninguém, pelo menos por enquanto, precisamos saber sempre infinitamente mais.
Em palavras sintetizadas, entendo eu: precisamos conhecer pelo menos a origem
do tema em foco.
Adoto uma
técnica para simplificar a busca: criei o Dicionário de Leis Naturais. Trata-se
de um levantamento de palavras e/ou frases
que são submetidas à verdade por meio de dois métodos — o “a priori”, que pode ser mudado com o
tempo, e o “a posteriori”, que se
transforma em lei final. Como exemplo,
consideremos a origem da humanidade uma ocorrência de longos milênios, a
formação do planeta e seus componentes.
Muito se fala sobre o tema, faltando um fechamento.
Em seguida,
contemplamos vários itens que se enquadram neste planeta, entre eles nós,
humanos, sem esquecer os animais, as plantas, a terra, o conjunto de claridade
e energias, incluindo a senhora indispensável conhecida como água; nossa
dependência é conjuntural, com destaque também para o ar devidamente respirado
por pulmões interligados inteligentemente; a harmonia faz a felicidade que
almejamos, mas as transformações conduzem-nos ao longo do tempo,
ininterruptamente ao que nos parece misterioso a princípio. Conclusão: o planeta
terra ou está sendo ainda formado ou em processo de autodestruição.
Minha conclusão
sobre a origem parece complicada, mas não é. Dela advém, como se fosse uma
prova dos nove, os porquês e a resposta taxativa à questão “ por que vivemos”.
Aplicando neste caso a proposição “a priori”, temos religiões, doutrinas,
seitas, bíblias para conduzir o nosso raciocínio. Passamos a entender
sofrimento e felicidade, ambos situações transitórias, sempre em mudanças.
Passamos por
inventores, criadores, cientistas, filósofos, mestres, como Lavoisier, Newton,
Sócrates, Platão, chegando a literatos, artistas, intelectuais e grandes
pensadores. Desde o simbolismo de Adão e Eva temos a visão de aproveitamento
dentro de vários estudos. Considerando a “expulsão” do casal do paraíso, a
razão (desobediência), a liberdade (livre-arbítrio) e tantos detalhes mais até
chegarmos na resposta: o planeta é
plenamente mutável.
Lembrando uma
assertiva que para milhões de seres
humanos já é mais uma lei natural, vamos chegar com ela a mais uma explicação:
“Não há castigo para ninguém, nem recompensa; o que existe é
consequência”. E concluímos que
precisamos entender leis que já foram descobertas e difundidas, como também as
que criamos por meio, é claro, de criterioso processo.
Discute-se
política hoje em dia. Entramos no ciclo em que se mencionam “direita” e
“esquerda” e usamos tanto os termos
capitalismo, liberalismo, socialismo, até comunismo (que é apenas uma ameaça e
foi sempre um fator utópico criado pelo filósofo alemão Karl Marx). Para este
pobre escriba, que confessa estar em franco estudo e jamais paralítico, espero,
o que existe é a Lei do Dom de Deus ou da Natureza.
O ser humano
recebe na essência um “presente” chamado dom, enquadrado às necessidades da
Natureza. Ele precisa ser primeiramente descoberto e depois aplicado. Fácil de
entender: há riqueza e há pobreza, a primeira requer entendimento para gerar
efeito multiplicador; a segunda evitada — e não o é por desconhecimento — ou uso irrestrito de tapa-ouvidos, tapa-olhos e
tapa-sentimentos.
Encerro esta
página de hoje lembrando meu curso de História, meus cursos de pós-graduação e
os valiosos mestres e doutores que nos brindaram com conhecimentos
inesquecíveis no seu tempo. Está aí o que as religiões chamam de caridade, isto
é transmitir sabedorias e ensinar a pescar. Dar o peixe seria um ato de última
apelação.
Doação é isto:
nem a ciência, nem a geografia, nem a linguagem, nem a história são estáticas.
Tudo continua sendo transformado porque a lei natural e universal, se não com a
nossa participação e aquiescência, vai no peito e na raça. Lembrando que dentro
de todas as manobras feitas durante anos, decênios, centenários e milênios é
gerada uma lei infalível: “A natureza não negocia os seus direitos”.
José Sana
Em 4 de novembro
de 2019
Grande escritor esse meu ânimo Sana, José de Almeida Sana.
ResponderExcluirPelo que percebi devemos estar atento ás transformações para não sermos engolidos ou melhor, enjaulados pela falta de conhecimento.