segunda-feira, 4 de novembro de 2019

VIVER, APRENDER, TRANSMITIR: LEIS NATURAIS INFALÍVEIS


Escrevo textos desde a segunda série primária. Minha paixão pelas letras foi descoberta pelas inesquecíveis professoras que tive — Ilsa Caldeira Duarte, que faleceu há poucos meses; Inês Alvarenga, residente em Belo Horizonte;  Ana Juventino Ferreira, Dona Zizinha, e Semírames Duarte, Tia Ninita, essas duas últimas diretoras de nossa escola em São Sebastião do Rio Preto.

Tenho pelas quatro não apenas belas e gratas recordações, mas o registro claro e incontestável na memória de lições que valem uma vida inteira. Por exemplo, todas as citadas me ensinaram, entre mil e outras aulas, que cada palavra só tem uma forma ortográfica. Digo isso apenas para chamar a atenção contra o relaxamento que hoje atinge o nosso idioma pátrio. Lamentável!

Um dia descobri que não basta escrever corretamente frases e textos. Muito importante passou a ser também o convencimento, a construção de itens e a contextualização. Tal visão caiu também do galho porque dependemos ainda de consistência lógica, certeza absoluta  e conhecimento do teor abordado. Para impor total atenção, de minha parte, sem trocar ideia com ninguém, pelo menos por enquanto, precisamos saber sempre infinitamente mais. Em palavras sintetizadas, entendo eu: precisamos conhecer pelo menos a origem do tema em foco.

Adoto uma técnica para simplificar a busca: criei o Dicionário de Leis Naturais. Trata-se de um levantamento de palavras e/ou frases  que são submetidas à verdade por meio de dois métodos —  o “a priori”, que pode ser mudado com o tempo, e o “a  posteriori”, que se transforma em lei final.  Como exemplo, consideremos a origem da humanidade uma ocorrência de longos milênios, a formação do planeta  e seus componentes. Muito se fala sobre o tema, faltando um fechamento.

Em seguida, contemplamos vários itens que se enquadram neste planeta, entre eles nós, humanos, sem esquecer os animais, as plantas, a terra, o conjunto de claridade e energias, incluindo a senhora indispensável conhecida como água; nossa dependência é conjuntural, com destaque também para o ar devidamente respirado por pulmões interligados inteligentemente; a harmonia faz a felicidade que almejamos, mas as transformações conduzem-nos ao longo do tempo, ininterruptamente ao que nos parece misterioso a princípio. Conclusão: o planeta terra ou está sendo ainda formado ou em processo de autodestruição.


Minha conclusão sobre a origem parece complicada, mas não é. Dela advém, como se fosse uma prova dos nove, os porquês e a resposta taxativa à questão “ por que vivemos”. Aplicando neste caso a proposição “a priori”, temos religiões, doutrinas, seitas, bíblias para conduzir o nosso raciocínio. Passamos a entender sofrimento e felicidade, ambos situações transitórias, sempre em mudanças.

Passamos por inventores, criadores, cientistas, filósofos, mestres, como Lavoisier, Newton, Sócrates, Platão, chegando a literatos, artistas, intelectuais e grandes pensadores. Desde o simbolismo de Adão e Eva temos a visão de aproveitamento dentro de vários estudos. Considerando a “expulsão” do casal do paraíso, a razão (desobediência), a liberdade (livre-arbítrio) e tantos detalhes mais até chegarmos  na resposta: o planeta é plenamente mutável.

Lembrando uma assertiva  que para milhões de seres humanos já é mais uma lei natural, vamos chegar com ela a mais uma explicação: “Não há castigo para ninguém, nem recompensa; o que existe é consequência”.  E concluímos que precisamos entender leis que já foram descobertas e difundidas, como também as que criamos por meio, é claro, de criterioso processo.

Discute-se política hoje em dia. Entramos no ciclo em que se mencionam “direita” e “esquerda” e usamos  tanto os termos capitalismo, liberalismo, socialismo, até comunismo (que é apenas uma ameaça e foi sempre um fator utópico criado pelo filósofo alemão Karl Marx). Para este pobre escriba, que confessa estar em franco estudo e jamais paralítico, espero, o que existe é a Lei do Dom de Deus ou da Natureza.

O ser humano recebe na essência um “presente” chamado dom, enquadrado às necessidades da Natureza. Ele precisa ser primeiramente descoberto e depois aplicado. Fácil de entender: há riqueza e há pobreza, a primeira requer entendimento para gerar efeito multiplicador; a segunda evitada — e não o é por desconhecimento — ou  uso irrestrito de tapa-ouvidos, tapa-olhos e tapa-sentimentos.

Encerro esta página de hoje lembrando meu curso de História, meus cursos de pós-graduação e os valiosos mestres e doutores que nos brindaram com conhecimentos inesquecíveis no seu tempo. Está aí o que as religiões chamam de caridade, isto é transmitir sabedorias e ensinar a pescar. Dar o peixe seria um ato de última apelação.

Doação é isto: nem a ciência, nem a geografia, nem a linguagem, nem a história são estáticas. Tudo continua sendo transformado porque a lei natural e universal, se não com a nossa participação e aquiescência, vai no peito e na raça. Lembrando que dentro de todas as manobras feitas durante anos, decênios, centenários e milênios é gerada uma lei infalível: “A natureza não negocia os seus direitos”.

José Sana

Em 4 de novembro de 2019

Um comentário:

  1. Grande escritor esse meu ânimo Sana, José de Almeida Sana.
    Pelo que percebi devemos estar atento ás transformações para não sermos engolidos ou melhor, enjaulados pela falta de conhecimento.

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