Sou um cinéfilo. E acrescento: desde os exatos 12 anos de idade.
Demorei, não é? Mas foi nessa idade que morei na primeira cidade de minha vida,
Guanhães, onde acabei buscando a minha companheira para vivermos juntos eternamente, pelo menos na esperança.
De tanto gostar de cinema, com meus amigos frequentadores do Cine São Miguel, da Rua Dr. Odilon Behrens, centro da cidade (o prédio está lá até hoje), comprávamos revistas, acompanhávamos os cartazes e escolhíamos os filmes, bem como o painel dos melhores atores, dos faroestes aos romances, policiais, desenhos etc. Numa época, por amizade com o porteiro, ele me empurrava para dentro do cinema sem que pagasse um centavo. Gratuidade por merecimento, sei lá.
Inventamos nomes de filmes para zoar os curiosos, os quais
perguntavam: “Que filme passa hoje?” Eram diversas as respostas:
— “Poeira em alto mar”.
— “Escada sem degrau”.
— “O amanhã começa ontem”.
— “ A volta dos que não foram”.
Hoje, finalmente, tenho respostas para o primeiro citado, “Poeira
em Alto Mar”: estive várias vezes em Tubarão (ES) e vi navios sendo atingidos
por ventanias quando já seguiam viagem para outros países. O minério voava como
um pássaro sem destino. E agora vou dar
uma rápida explicação sobre o título deste texto, que é o preâmbulo,
Há uns quatro anos criei um site chamado “Notícia Seca”. Simples
como o seu objetivo foi sendo levado, com pouquíssimos acessos (audiência), até
porque era despretensioso mesmo. Um dia de 2021, janeiro, resolvi aceitar uma
proposta de empresa “especializada” em montar sites. Essa organização, cujo
nome omito porque a questão está subjudice,
propôs tomar todas as providências, inclusive “negociar” com o primeiro
responsável, a transmigração de Notícia Seca para outra “hospedagem” (tantos
nomes com sentidos diferentes que preciso colocar entre aspas). Daí à montagem
de outro sítio, moderno, atual e prometedor. O site entrou no ar em 13 de março
de 2021.
N.S. girou pelo mundo até quando começou a receber os primeiros
anúncios. Aí... deixa pra lá, não vou estabelecer uma polêmica a esta altura do
campeonato. O nosso relacionamento era lírico como uma imagem de jardim cheia
de rosas e borboletas. Fechei os olhos e comecei a sonhar. O sonho acabou
exatamente em 19 de julho de 2021.
Completa, em 15 de fevereiro, quando volta a ser exibido, 200 dias
de exílio, prisão, bloqueamento, detenção. Depois de decisão da Justiça, que
entrega ao proprietário o que é dele, lembrando a afirmativa romana “a César o
que é de César, tivemos paciência para esperar, mesmo sabendo dos prejuízos que
nos era imposto. Finalmente, consegui formar o triângulo que pretende ser mais
eficiente: Notícia Seca/DataMG/SuperDados.
E não precisará, se Deus quiser, de outro trabalho judicial.
Não vou alongar-me além deste parágrafo. Apenas afirmar que Deus,
quando o ser humano tem um objetivo idealístico na vida, abre espaço para a
caminhada. Que não nos abandone e abençoe também quem torceu ou torce por ou
contra nós e, principalmente, ilumine os que, com certeza, não sabiam que
sempre haverá um capítulo em nossa vida que se chama perdão. Está, pois,
confirmado o título destas linhas, voltamos sem haver-nos ido, apesar do tempo
e valores materiais terem sido perdidos.
Em 09/02/2022
José Sana
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