sábado, 22 de novembro de 2014

O AMANHÃ COMEÇA ONTEM


Esta é a conclusão a que chegará o homem atual, chamado de inteligente e sábio, que não passa de um quadrúpede de duas patas: o amanhã começa ontem. Parece ser um título de filme comandado por este homem que fracassou  bisonhamente e, com ele, fracassei também. O mundo corre a mil por hora, mas não chegou, obviamente, a lugar nenhum. Descobertas fantásticas tecnológicas, avanços incríveis na área das grandes projetos. uma amiga do facebook comenta que um  celular no fundo do mar, fotografando e gravando imagens é o cúmulo das conquistas tecnológicas. Mas eu pergunto: para quê? A que chegamos? Qual  é, realmente, o grande avanço?

Nada resolvido. O que interessa ao homem é o seguinte: — A morte é ou não é o fim do ser humano? — Ou a  morte é o princípio de tudo? — Ou  o que somos não passa de uma grande ilusão? — Ou a verdade é apenas uma miragem? — Ou precisamos de desenvolver outra faculdade, quem sabe o sexto sentido, para desvendarmos os mistérios desta vida? Qualquer que seja a verdade descoberta algum dia, temos que concluir que a vida não passa de um desafiante quebra-cabeças.

Que culpa tenho eu? — questiona o poeta e cantor Altemar Dutra, quando se declara totalmente afastado do contexto das decisões. Nada fiz, mudando o rumo do poema, por que será que vim parar aqui neste mundo? Eu poderia ser João ou Mané, Joaquim ou Maria, Sebastiana  ou Firmino, Geraldina ou Antonieta, mas sou José. E não sei porquê. Qualquer que fosse a conclusão, estaria no mesmo estágio de questionamento. A importante vida nunca, jamais, poderia ser uma ocorrência por acaso. Se foi assim, sem sentido, então o seu mérito foi  exterminado no meio  do caminho.

A vida não tem  importância e nada vale. Qualquer ser humano gostaria de saber isso sem fazer um teste de busca. Veja  só: acredito que muitos suicidas procuram saber o que há depois da morte. É uma excêntrica aventura para que saiba a verdade. Mas, acredito que ao chegar ao outro mundo, simplesmente  não se aporta a lugar algum. Permanece perdido ou inconsciente até lhe ser dada a oportunidade da regeneração. Não tem lógica alguma  o medo do ser humano, de morrer, de padecer, de aparecer em outra vida com milhares de problemas ou dívidas pendentes.

No meu Juízo Final, que escrevi  aos 11 anos, cheguei ao tribunal e desafiei as suas normas. Não tenho culpa por estar vivendo. Não sei por que  me colocaram neste mundo. Não me deram uma função para executar. Estou mais perdido que cego em tiroteio. Por  que não me disseram: você tem que lutar pelo Cristianismo, ou pelo Budismo,  ou pelo ideal Muçulmano? Mas me deixaram à deriva num mar sem bússola. O  que pude fazer foi, simplesmente, seguir o intuito, os instintos, sem, absolutamente nenhuma orientação.

Agora aqui estou e pergunto: o amanhã começa agora, ou começou ontem, ou será que amanhã ocorrerá a sua arrancada? Mas algo me diz  que estamos atrasados, o  amanhã começa (e não começou) ontem. Temos  que tomar consciência do agora, do já, é preciso fazer e entender que ou vamos à frente ou seremos definitivamente destruídos. A solução está em nossas mãos. Pelo menos, ao alcance da lógica.



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