quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ou vamos mudar de rumo ou seguimos à deriva?



No tempo do Tarzan os  seres humanos se comunicavam via som do tambor. O ruído atravessava rios e lagos, planícies e montanhas, e chegava puro, claro e   insofismável ao seu destino. Mas os seres humanos, habitantes do mundo, cujo mundo ainda não conhecem, resolveram mudar os recados para boca a ouvido, depois telégrafo, telefone, rádio, TV, internet. Quanto mais parecia que a evolução estava em funcionamento mais se degradavam o sentido e a pureza da informação. Até que hoje chegamos à telefonia celular.

As publicidades, que não passam de guerra acirrada de uma contra outra marca, são outros desafios imbatíveis, nada mais, nada menos que  propagandas enganosas. Se fosse verdade o que mostram nos meios de comunicação como luxo, conforto, melhoria, cada Tim, Vivo, Claro, Oi e outros nomes não seria líder nas reclamações maiores dos Procons de todo o Brasil. No tempo dos tambores ninguém reclamava ou ficava nervoso porque era tudo de graça. Hoje, a expansão das modalidades vendidas, cobradas caro, não satisfazem a quem quer que seja. Você faz uma ligação telefônica e demora um bom tempo a conseguir o que deseja, que seria falar com alguém. Ou você está falando, no momento de deixar o seu recado a linha cai. Assim funciona hoje estas porcarias.

Se trovejar ou relampejar ou ventar a TV, movida a cabo ou sky, não funciona. Ela se despede pelo menos naquele dia, mesmo havendo programas especiais a serem vistos, como  algum jogo de futebol considerado importante pelos que precisam descansar a cabeça de problemas aparentemente insolúveis, os quais requerem uma reflexão movida a  mudança. Com algo importante para resolver amanhã, nada melhor que um filme relaxante para tirar a atenção à preocupação desnecessária antes do verdadeiro momento marcado.. A palavra já diz tudo — pre-ocupação — que significa nada menos que se ocupar antes do momento certo de estar ocupado.

A verdade: não gozamos plenamente do direito de  ter meios de comunicação às nossas mãos tal qual deveria ser ou que é anunciado como existente. Não há internet G neca nenhuma sobrando por aí, os sinais demonstram por si só a irresponsabilidade de seu (ir) irresponsável provedor ou mantenedor. As contas chegam religiosamente em cima da data programada. Se o usuário não pagar, para cada falta de pagamento será multado por atraso irremediavelmente; se demorar um pouco mais a ir para as filas de bancos ou lotéricas os serviços são suspensos.

Os meios de comunicação estão arrasando o mundo. Você toma a notícia pela metade e a multiplica em  doses maiores. E elas saem voando por todo o planeta, tornando as pessoas ainda mais analfabetas e desinformadas. Na internet, percebem-se quantos “morreram” de verdade e de mentira. Nossos amigos e amigas não têm mais disponibilidade para nos dizer algo, temos que tratá-los com apenas gestos. Cada um anda pelas ruas com dois fones de ouvido dentro das orelhas e um smarthphone escondido num bolso qualquer. Não nos ouvem e só nos resta abaixar a  cabeça e seguir em frente, contentando-nos em ter  visto aquela difícil figura. Se você pergunta algo a alguém, no meio da rua, a única esperança de obter a resposta é aguardando um email ou um olá pelo whatsApp.

E nada voltará atrás ou ao que era. As mudanças fazem parte do processo naturalmente transformativo, são indispensáveis e preciosas, seguem à frente melhorando ou piorando. A água que você acaba de ver descendo rio abaixo  não mais voltará, o rio é dinâmico, tal como o dia ou a noite que nunca são detidos. Enquanto o filme de sua vida não acaba. você pode ver  a depressão que vem depois ou o desespero costuma se instalar inexplicável e definitivamente dentro de cada figura que se julgava intocável. Você haverá de saber, com absoluta certeza, como sair desses novos emaranhados de problemas. Se não sair, prepare-se para o sufoco ou detenha, para seu consolo, nos ensinamentos de Drummond: “A dor é inevitável; o sofrimento é opcional.”

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