A felicidade não é mercadoria, mas custa caro. Para Itabira, não foge à regra. Explica-se o fato nas palavras de autoria de Carlos Drummond de Andrade: “Por isso sou triste, orgulhoso, de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas”. Vamos tirar o “triste” e acrescentar o “forte” porque os tempos são outros e muito aprendemos em incontáveis lições.
O ano de 2020 foi atípico. Os prazos determinados pela Justiça Eleitoral sofreram incontáveis alterações por um motivo claro, a pandemia. Até a decisão de que haveria ou não pleito eleitoral este ano se clareou tardiamente.
E isto não é nenhum motivo de alarde. A razão que agora nos guia vem da seguinte certeza, cabendo uma pergunta: por que os nossos adversários tentam impedir a independência itabirana? Que cada um busque suas explicações, mas não se desgrude do seguinte: o desespero é a mola propulsora dos atados às tetas públicas. Não largam? Bom demais, hein?
A Vale vai embora em 2028 e Ronaldo Magalhães não apresentou nenhum plano de mudança nos rumos, embora já ocupe o poder pela segunda vez. E desgoverna, carregando nas costas quase uma centena de processos de improbidade administrativa e outros, sob a proteção de dezenas de liminares. Por isso não tem tempo para governar: só pensa em si e Itabira que se dane.
Marco Antônio Lage e Marco Antônio Gomes são fichas limpíssimas. Nada devem de explicações sobre corrupção, improbidade administrativa, malversação do dinheiro público e outras tentativas prejudiciais à nossa terra.
No plano de governo que apresentam, mostram como conseguirão impedir que Itabira perca 82% de sua receita já em 2029. Sabem o que significaria tal perda? O estouro de um “Bolsão de Pobreza” inimaginável, a reedição trágica de Serra Pelada. Tal tragédia deve estar incutida no plano dos pseudo-donos do poder, que só querem vencer o pleito eleitoral e continuar como carrapatos-rodoleiros agarrados às pelancas de uma cidade que pode perder a sua última oportunidade de reerguer-se.
Carlos Drummond de Andrade não foi apenas um itabirano. Nem somente um poeta de renome internacional. Ele teve grandes lampejos de profeta. Deixou-nos antevisões para que as sigamos ao pé da letra. Em um de seus poemas citou o presidente da Câmara Municipal, de 1869, Antônio Alves de Araújo, como modelo de alerta do que não pode acontecer.
Claríssimo está: o atual desgoverno quer provar que devemos mesmo cismar na “derrota incomparável”. Vamos lutar porque não somos Tutu Caramujo.
José Sana
Em 04/11/2012
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