quarta-feira, 11 de novembro de 2020

E AGORA, ITABIRA?

E agora, Itabira, onde está o seu futuro? Sem mais tempo para delongas, chegamos  ao instante fatal e somos prensados na parede. Afinal, dizem os filósofos, a vida é de decisões. E então? A hora de nosso posicionamento derradeiro aporta-se diante de nós. Coragem!

Como um simples estudioso da história desta querida cidade, poderia, neste instante, convidar, ou intimar, os personagens principais de todos os tempos. Seriam eles, anotem: Padre Manoel do Rosário, irmãos Salvador e Francisco Faria Albernaz, todos os nossos governantes — do Sargento-Mór Paulo José de Souza e Major Lage, passando por Antônio Alves de Araújo, o Tutu Caramujo — aos contemporâneos. E sentarmos, todos à procura desta solução inadiável. A hora é chegada. Retiremos do baú o título eleitoral,  passaporte da providência decisiva. Repito: coragem, gente!

A convocação está pronta. Local: Câmara Municipal, uma simples “live”, bem ao estilo dos novos tempos. “Tudo pode acontecer, e não há mais tempo!” — grita da Rua do Bongue o Santeiro Alfredo Duval, corroborado por Drummond, este decepcionado porque o Pico do Cauê não durou 500 anos como se anunciava. Tempos novos, avanços incontidos. Coragem!

Assentemo-nos, pois, e a dúvida persiste. O fato: pressionada por contingências econômicas internacionais, a velha Companhia Vale do Rio Doce anuncia  que em 2028 fechará suas portas no Sistema Sul, mais claramente, em Itabira. Hora de insistir: coragem, gente!

É preciso convocar a nossa gentil, solidária e dinâmica geógrafa e mestre, Maria das Graças Souza e Silva, digo Baginha (nome simples como a decisão) e ela, certamente, mostrará que o seu estudo científico é estruturado no questionamento de Drummond, sempre presente: “Haverá uma terceira e diversa Itabira?” Coragem, gente!

Itabira teria forças para prosseguir seu rumo no caminho em que está, de suportar uma queda de 82% na receita provenientes de impostos sobre o extrativismo mineral? Ou seja, a arrecadação cairia da faixa de R$ 650 milhões por ano a meros R$ 133 milhões. “Seria o caos” — exclama um ex-prefeito que faz sua constatação cruel e dramática.: “Seremos uma Serra Pelada?” Coragem, gente, para garantir que não!




Vamos à mais singela de todas as contribuições. Era década de 1970. Ou seria 1980? Vacilo na precisão da data. Chego ao distrito de Ipoema e lá me deparo com um cidadão que me pareceu, de início, um franco atirador de palpites. Parei para observar: ele exibia confiança em tudo, encerrava o assunto e passava à frente. No seu comportamento sobravam sinceridade, segurança, honestidade, visão de futuro e outros adjetivos e procedimentos que, para ele, eram condições sina qua non a qualquer cidadão do mundo. Ele mesmo dizia: “Ou seja honesto, ou não é cidadão”. Ele, fazendeiro, simples como todos; trabalhador como poucos; fotógrafo por distração e hobby; ex-vereador, em seguida chefe político. Seu nome revelo à frente e inquestionável: Harcy Lage.

Passa o tempo, Harcy parte para o Além e não deixa de cumprir um ato inegável  de “itabirismo patriótico”, como diria Clóvis Alvim, personagem de nossa história: deixa um fiel herdeiro.

Chamado a ser o chefe da salvaguarda itabirana, o descendente dos Lage reluta-se, mas aceita, afinal, missão é missão, dela não se esquiva. Os espinhos aparecem aos montes, e ele os transpõe um a um. Não há mais o que discutir. É preciso pegar já nas ferramentas e mostrar que conhece, sim, a terra natal, seu dilema, sua premente necessidade. Por cima, tem nas veias circulando o sangue do pai, ninguém nega o DNA. Por ordem dos tempos novos, torna-se um gestor internacional, exatamente o que Itabira requer agora, porque com ele vai discutir na Bolsa de Valores de Nova York um item importante do futuro. É de lá que pode vir a Terceira Itabira.


Primeiro ato de galhardia: sabe escolher o companheiro para seguir ao seu lado na luta, por ironia do destino, homônimo e afinado aos mesmos ideais: Dr. Marco Antônio Gomes.

Pronto, falei: para livrar Itabira da era dramática que nos ameaça, a certeza de cumprir um desafio histórico, talvez o maior da jornada, eis o nome que soa insofismável e decisivo: MARCO ANTÔNIO LAGE.

Neste momento, de onde está, diz claramente uma frase clara para que possamos entender: “Itabiranos, esta a melhor contribuição que vos apresento. E assino: Harcy Lage”. Coragem, gente!

José Sana

Em 11/11/2020

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