Incluo
no pacote: cidadania, coragem, humildade e esperança. Validade desta proposta:
até quando houver esperança de salvação de Itabira
Esclareço, desde já, que se houver posicionamento político deste autor, neste espaço, tal iniciativa será unilateral e radical, ao se tratar do assunto denominado Futuro. Os demais temas, de minha parte não terão o tom amargo da política partidária. Confiram a minha assinatura. Este site é do povo, sem demagogia, cujo sentido só se encaixa na fome de poder.
SEM SONHAR NÃO É POSSÍVEL REALIZAR
Uma conquista torna-se zero à esquerda caso não seja esculpida por sonhos acompanhados de vontade política. Meus devaneios nasceram quando tinha seis anos de idade. Já escrevi e publiquei várias vezes mas vou repetir para quem não leu. Se alguém ler esta informação e duvidar dela, pode ligar-me. Sempre erramos. Mas acertamos também. E aceitamos cartão de débito e crédito.
Foi assim: subia à
serra mais alta de minha terra natal para apreciar o espetáculo da
‘dinamitagem’ que arrancava, aos poucos, a
riqueza brilhante
enaltecedora da famosa montanha. Em
1903, em seminário realizado na Suíça, era o pico itabirano a maior
concentração de valores, dada a hematita cara e abundante.
A VONTADE DE
SERVIR VEM DE MINHA RAÇA GUERREIRA
A visão do espetáculo
de transformação do Pico do Cauê em um arco-íris atraiu a minha atenção para a ex-Itabira do
Mato-Dentro. Boboca da roça, bradava, na maior ingenuidade, que jamais moraria
neste canto de Minas por achá-lo feio demais. Só arrancava meus prazeres, o ar
de paz que reinava na Rua Tiradentes. Ali testemunhava o tilintar de óperas às vezes no mesmo tom
complementado por três ou quatro pianos, enquanto caminhava.
Teimoso, sim, uma
obra do destino guiou-me a ser admitido
na grande mineradora que já chamava a atenção do Brasil, até de alguns outros
países. A Companhia Vale do Rio Doce movimentava o início de obras orçadas em
milhões de dólares, os projetos Cauê e Conceição.
O motivo de aqui
estar em trabalho nasceu de um empurrão estapafúrdio: devia contas nos
botequins de minha terra e era cobrado sem parar. Aprovado em concurso no
Estado, para meu deleite em primeiro lugar entre centenas de candidatos, fui
barrado pelo estlo de meu pai, que insistia comigo: “Vai, meu filho, trabalhar
na Vale. É em Itabira que o dinheiro corre e onde pode você continuar os
estudos, porque a cidade vai crescer”.
UM PESADELO ANTECIPADO E CHAMADO EXAUSTÃO
Meu primeiro dia de trabalho — 28 de maio de 1966 — foi de decepção. Levado para assistir filmes e palestras sobre a Vale, quase caí a cara quando o orador concluiu sua fala assim: “E aqui está a Companhia Vale do Rio, das maiores mineradoras do mundo, que um dia morrerá, como todos nós morremos. Seu óbito tem outro nome, mas o baque é o mesmo: exaustão”.
Reagi. Fiz o meu
primeiro amigo que se chamava José Antônio Sampaio. Frequentei assiduamente o
Museu do Ferro (hoje Museu de Itabira) por ele dirigido, localizado na Rua
Tiradentes. Aprendi muito com a sua sabedoria. Depois vieram grandes nomes,
como: Eneida Bragança, Terezinha Incerti, que foram minhas professoras e outros
personagens que reforçaram o desejo de
conhecer mais profundamente a nossa história. O resultado de minhas agitações resumiu-se
nisto, simplesmente naquilo de que desconfiava: apaixonei-me por Itabira.
POLÍTICA
NUNCA MAIS! FUTURO, JAMAIS LHE DEIXAREI!
A preocupação
continuava e resolvi ser candidato a vereador. Para quem diz que nada fiz na
vida pública, apresento-lhes um de meus humildes trabalhos ao promover o I Encontro Estadual de Cidades Mineradoras,
em 1978, quando presidia a Câmara Municipal. Do sucesso do evento nasceram a
Associação de Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig) e o Royalty do Minério
de Ferro, este responsável ainda por 70% da arrecadação que abarrotam os cofres
públicos municipais.
A obsessão chamada
Futuro nunca vai acabar e tem como assombração o ano de 2031, cuja ocorrência lúgubre
poderá ser a despedida da poderosa Vale. Meu grande e perseguidor medo é que os
ricos poderão ter dinheiro para viver e partir para outras plagas. A classe
média se tornará pobre até descer aos miseráveis, que já são, segundo a
prefeitura, em número de 15 mil corpos e almas espalhados pela periferia.
Aí está a razão de
minha pressa. Chegamos praticamente à hora de ver a onça beber água diante da
comunidade preguiçosa. Estou na ‘quarta idade’ e meu Anjo da Guarda insiste que
me dedique a prestar contas de minha passagem pelo planeta, senão serei um
vergonhoso réu no juízo final itabirano.
Fui obrigado a
prometer ao Anjo da Guarda e não posso trai-lo: jamais darei paz aos poderosos
que não respeitam o até agora negligenciado Futuro.
Assim seja.
José Sana
16/03/2023
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