segunda-feira, 27 de outubro de 2014

RECADOS DAS URNAS

Em toda eleição geralmente o povo manda um recado para os  governantes. Salvo melhor juízo, como dizem advogados, consegui captar os seguintes sinais do povo para os políticos de modo geral:

1.    O  PAÍS  ESTÁ DIVIDIDO - Dilma não é tola. Imediatamente após sua eleição, fez o primeiro discurso conclamando à união. Todos os jornais do mundo divulgaram. Ela, que se apresentava ora de vermelho, a cor oficial, ora de branco, para sinalizar não sei o quê, foi ao palanque da festa de branco e apelar para o diálogo. Também pudera, ela e seus amigos pintaram o sete. Antes dela, Aécio Neves tocou no assunto. Há a necessidade de união mesmo. Aqueles que estão aí ainda atiçando os ânimos que ajudem porque Dilma vai pegar pesado mesmo. O empresariado está zangado com o Nordeste. Não sou eu que digo. Ouvi hoje de um grande investidor, contribuinte de impostos: "Não vou sustentar mais vagabundos".

2.    INFLAÇÃO - Dilma negou, mas o bicho já está aí. Vai se agigantando de bocarra aberta para engolir o povo. Os primeiros a serem atingidos são exatamente os pobres. E o Brasil tem mais pobres do que se imagina ou se diz.

3.    MISÉRIA - O Brasil está declaradamente miserável. A presidente disse e repetiu, batendo no peito (e não sei onde buscou esse orgulho), que elevou o número de Bolsa-Família para 56 milhões de brasileiros, ou mais de 1/4 da população. Isto é um escândalo. E muitos ainda dizem que esses saíram da linha de miséria. Além de ter entrado nessa humilhante condição, receberam uma sentença: “Fiquem quietos aí, compramos vocês, pronto, fim, obrigada!” Babacas dizem que a esquerda venceu, esquerda daqui, esquerda dali. Não passam de idiotas mesmo. Esquerda nem de rua nem de praça.

4.    JUSTIÇA - A primeira vez que as denúncias alcançam os dois chefões brasileiros, Dilma e Lula. Estão citados nominalmente como  patrocinadores da farra na Petrobras. Alguns petistas (pobres de tudo) dizem que "isto não vai dar em nada". É um costume do brasileiro desdenhar assim da Justiça. Mas vai incomodar, sim. Aguardem, porque delação premiada não é uma venda com anúncio. Novidade nesse contexto.

5.    VIOLÊNCIA - Houve outros enfrentamentos nas ruas mas um ato apenas maculou a campanha: o ataque terrorista contra a Editora Abril, que publica a revista Veja.. Morri de vergonha ao ler em jornais do mundo sobre o baixo nível da eleição brasileira. A reação ou é de todos os outros órgãos de imprensa ou quem vai perderem-se no caminho da ditadura seremos nós. Chega de decretos, portarias, medidas provisórias rumo à falta de liberdade! Cegos de olhos abertos não enxergam essa evidência estarrecedora.

6.    OPOSIÇÃO  - A sociedade parece ter-se reacordado depois de junho do ano passado, quando foi às ruas. O grande recado foi o seguinte: o voto do brasileiro teve  um sentido significativo. Observando o mapa das votações se percebem a divisão: de um lado o Nordeste e o Norte como beneficiários,  contra o resto do país, que não perdoa o governo. E quem agora incita a luta geográfica é o trapalhão Lula, o inconsequente, transvestido de incitador das velhas lutas de classes. Aécio Neves teve mais de 51 milhões de votos. E não são votos comprados como da outra parte.

7.    PROFESSORES - A culpa maior de estar mal o ensino no País é, em primeiríssimo lugar, dos professores. Tiraram-lhes toda a autoridade e os mestres não reagiram. De braços cruzados, os  "especialistas" acabaram com o ensino. Nas greves e manifestações, as reivindicações atacam sempre as melhores condições de trabalho, mas não entram num detalhe que deveria ser inevitável:  devolver ao professor o direito de mandar em sala de aula. Este seria o piso de um programa: reabilitar a força do professor e dar um jeito no Estatuto da Criança e do Adolescente, a maior enganação que já se viu neste Brasil. Depois viriam outras providências, incluindo um bom reajuste salarial, quando houver produção em sala de aula. Por enquanto, zero para todos.

8.    ESQUERDA - De há muito tempo não acredito em esquerda. Mas uns gatos pingados insistem em se vestir de Marx, Engels, Lênin, Stálin, além dos folclóricos Evo Morales, Maduro (ou Verde), Fidel e seu fiel irmão Raúl. A maioria dos intelectuais já não só deixou como também resolveu atacar o propalado Marxismo de conversa fiada que mira um alvo imaginário para uma execução sem resultado, mostrando um sonho impossível de se realizar. Vejam Fernando Gabeira, Ferreira Gulart e muitos outros ex-petistas e ex-comunistas. Infelizmente ou não, o Capitalismo, mal ou péssimo, é que funciona hoje no mundo se analisarmos que aqui não é lugar de igualdade. Lula ressuscitou a "elite branca" depois que José Alencar, capitalista e vencedor, nos deixou. E esse petista inconsequente deve estar na elite parda, imagino.Ser covarde é uma coisa. Ser direita, outra. Temos que nos alinhar no meio do campo de trabalho e ação, creio eu.

9.    VIZINHANÇA  - O Brasil não precisa puxar o saco de países ricos, como Estados Unidos, Japão, China, Inglaterra, Itália e França. Mas necessita urgentemente parar de fazer gracinhas para as nações paupérrimas da América Latina. Vice-lanterna na classificação de paralisado no crescimento (que vergonha!), esse nosso gigante surrupiado por seus governantes tem também de explicar por que tem que construir porto em Cuba e investir em fracassados países.

10.    CORRUPÇÃO - O nosso País é um grande e vergonhoso líder mundial da  corrupção. Os jornais mostram todo dia um quadro que nos faz deduzir:  todo mundo aqui parece que rouba. Quando um político cobra do outro a correção, a resposta vem em troca de tiros: "Vocês também são ladrões". E assim se encerra a polêmica. Esse jogo não agrada ao povo consciente e só o incita a fazer o mesmo ou ficar vagando de praça em praça, de esquina em esquina, xingando à revelia e sem obter nenhum resultado prático. Em conversa com um ex-presidiário, que cumpriu longa pena na cadeia, disse-me ele que o noticiário da TV causa revolta no "ladrão de galinha"  que está preso e se julga injustiçado diante do criminoso não punido, o do “colarinho branco”. Pronto. Falei o que queria. Posso estar em falta mas paro por aqui.

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