Mas
agora sei mais do time que é o nosso adversário: ele tem o nome de Afogados e
isto me preocupa muito. Afinal, na vida escapei de morte por afogamentos uma
meia dúzia de vezes, no Rio Preto, que banha o município em que nasci, São
Sebastião do Rio Preto. Se estou aqui vivo foi porque Deus não quis, Ele
preferiu que eu continuasse a trajetória para ver se eu prestava para alguma
coisa. Será que o Galo merece continuar? Já se despediu da Sul-Americana, muito triste, "Adeus, Sula"! Nem esse pequeno consolo vem mais...
Para
emendar o nome da assombração que enfrentará o Galo, depois da Sula, como disse, vem uma espécie de
adjetivo que deveria significar "ingado", o que em Portugal
quer dizer o campo em que um gato
se habituou a roubar comida, ficando viciado e voltando ... De verdade,
Ingazeira é uma cidade, e ingá são plantas que ornamentam. Mas o fantasma já
apareceu e dá a ideia de que seremos afogados no vale da ingazeira. Eles estão cantando vitória. Já pensou naufragar no sertão do nordeste?
E
leio ainda que a luz do estádio é fraca. Imagino que serão quatro ou seis
lamparinas instaladas nos cantos do tal campo de futebol, que deve ter o destaque nos buracos e nas gramas
que parecem cactos. Não temos a menor dúvida: vamos entrar pelo cano e ainda
encontraremos a tubulação fechada. Sem torneira.
E
fico olhando para essa figura que vai se tornar folclórica dentro de mais algum
tempo caso continue no Galo, isso vai ser duro. Esse tal de Dudafel vai marcar
história. Por ele se vê como existem povos no mundo em completo atraso. Dudafel
encontra-se exatamente no século XIX, ou no ano de 1863, quando foi criado na
Inglaterra The Football Association, cujas regras servem de base até os nossos
dias. Imagino Dudafel chutando o primeiro tiro de meta, tenho a certeza que ele
seja contemporâneo de meados do século anterior ao XX.
Ah,
o jogo termina e os atleticanos cegos vêm-me lavar a cara: “Pois é, você ‘cornetou’
e levou tinta, o Galo se classificou e é o maior!” E eu retruco: “Nada a
comemorar, escapamos de um afogamento que podia ter consequências irreparáveis.
Contudo,
aí está a realidade. Quando dirigentes não querem assumir a sua real
responsabilidade diante de uma torcida poderosa, que se acanha neste momento,
precisamos acreditar que um milagre vai acontecer. Tudo por que a inteligência
do presidente do Galo não avança depois da Fórmula 1, 2 ou 3, e se ele
contratar no calhambeque 1951 tanto fez, tanto faz.
Gente,
o Galo está nas mãos dos deuses. E eu não acredito em deuses do futebol.
José
Sana
Em 25/02/2020
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