segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

AFOGADOS, INGAZEIRA, JOGO NO ESCURO. TAMOS FERRADOS!

Tudo o que sei do time do Galo é que ele está descendo a rampa desgovernado. Contratou um treinador que se preocupa com vazamento de escalações, mesmo sabendo (ou será que ele não sabe?) que tem um plantel limitado. E escalar entre pernas de pau A ou B tanto faz. Ou tanto fez e fará.

Mas agora sei mais do time que é o nosso adversário: ele tem o nome de Afogados e isto me preocupa muito. Afinal, na vida escapei de morte por afogamentos uma meia dúzia de vezes, no Rio Preto, que banha o município em que nasci, São Sebastião do Rio Preto. Se estou aqui vivo foi porque Deus não quis, Ele preferiu que eu continuasse a trajetória para ver se eu prestava para alguma coisa. Será que o Galo merece continuar? Já se despediu da Sul-Americana, muito triste, "Adeus, Sula"! Nem esse pequeno consolo vem mais... 



Para emendar o nome da assombração que enfrentará o Galo, depois da Sula, como disse, vem uma espécie de adjetivo que deveria significar  "ingado", o que  em Portugal  quer dizer o campo  em que um gato se habituou a roubar comida, ficando viciado e voltando ... De verdade, Ingazeira é uma cidade, e ingá são plantas que ornamentam. Mas o fantasma já apareceu e dá a ideia de que seremos afogados no vale da ingazeira. Eles estão cantando vitória. Já pensou naufragar no sertão do nordeste?

E leio ainda que a luz do estádio é fraca. Imagino que serão quatro ou seis lamparinas instaladas nos  cantos do tal campo de futebol, que  deve ter o destaque nos buracos e nas gramas que parecem cactos. Não temos a menor dúvida: vamos entrar pelo cano e ainda encontraremos a tubulação fechada. Sem torneira.

E fico olhando para essa figura que vai se tornar folclórica dentro de mais algum tempo caso continue no Galo, isso vai ser duro. Esse tal de Dudafel vai marcar história. Por ele se vê como existem povos no mundo em completo atraso. Dudafel encontra-se exatamente no século XIX, ou no ano de 1863, quando foi criado na Inglaterra The Football Association, cujas regras servem de base até os nossos dias. Imagino Dudafel chutando o primeiro tiro de meta, tenho a certeza que ele seja contemporâneo de meados do século anterior ao XX.

Ah, o jogo termina e os atleticanos cegos vêm-me lavar a cara: “Pois é, você ‘cornetou’ e levou tinta, o Galo se classificou e é o maior!” E eu retruco: “Nada a comemorar, escapamos de um afogamento que podia ter consequências  irreparáveis.

Contudo, aí está a realidade. Quando dirigentes não querem assumir a sua real responsabilidade diante de uma torcida poderosa, que se acanha neste momento, precisamos acreditar que um milagre vai acontecer. Tudo por que a inteligência do presidente do Galo não avança depois da Fórmula 1, 2 ou 3, e se ele contratar no calhambeque 1951 tanto fez, tanto faz.

Gente, o Galo está nas mãos dos deuses. E eu não acredito em deuses do futebol.

José Sana

Em 25/02/2020

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