sábado, 15 de fevereiro de 2020

ITAMBACURI JÁ! VAMOS TODOS DE MÃOS DADAS

Ser tio ou tia é sublime. Melhor só mesmo a vida de  sobrinhos, cercados pelos entes superiores como ilhas que não detêm o amor e a dedicação. Um tio é um pai de reserva em atividade; uma tia, uma mãe especial. Rejubilo-me porque em minha vida sempre foi e é assim: os meninos eram e são cuidados pelos pais e paparicados por avós e tios.


Fiz este preâmbulo para dizer que, no dia 14 de março vindouro, deste ano arredondado de 2020, a nossa querida nonagenária — e Tia até dos que não são consanguíneos —, Irmã Míriam de Almeida, completa 70 anos de extrema ligação à Congregação das Irmãs Clarissas Franciscanas. Então,  convoco, assumindo a condição de  um dos mais velhos sobrinhos dela — em minha frente somente Maria Geralda, José Flávio e Dezinho, não me esquecendo de Sebastião (in memoriam) — queremos que todos estejam com ela para a missa em  ação de graças, confraternização, fortes abraços, tudo isso em Itambacuri, Minas Gerais, quase Bahia.


Meu carinho por Irmã Míriam é um pouco recente, por isso, meio tardio. E eu já pedi a ela o irrequieto perdão, que mo concedeu devidamente embalado em  caixa  cristã.  Valeu, acredito, porque acordei a tempo, e esse fervor começou, graças a Deus, no tempo necessário para agradecer  pelo que ela fez por todos, começando por suas sobrinhas Maria Geralda, Maria Cândida, Raimunda, Maria das Graças, acolhidas nas décadas de 1950/1960  no Colégio da cidade, onde nossa Tia esteve e está com saúde no corpo e na alma. E sem contar quando todos nós éramos bebês peraltas, depois adolescentes desajuizados.


Há exatos nove anos frequento Itambacuri, ou melhor, o convento onde mora minha Tia. Muito pouco, reconheço. Tentando recuperar o tempo perdido,  dedico-me muito a conversar com ela, ouvir histórias da família e suas.  Muito do que sei ouço de suas doces e francas palavras. E quão genuínas são!


Irmã Míriam me conta velhos casos e causos de seus pais e avós, alguns  que não pude conhecer por imposição  de nossas idades. Super interessante é saber que Vovô Godó e Vovó Sinhá (quando esta faleceu eu tinha apenas um ano e meio) tiveram 15 filhos. Aposto que meus irmãos e primos nem sabiam disto. Os herdeiros deles que conhecemos foram Maria Jacintha, Zezé, Tãozinho, Luzia e Godofredo, todos falecidos, além de Irmã Míriam e Domingos, esses que nos alegram com suas presenças. A matemática informa: quando começou a nossa geração, Godó e Sinhá tinham perdido nada menos que oito descendentes.


Evento recente (nossas Bodas de Ouro): Marlete, Ir. Míriam,
 José Sana e Godofredo (Jr. Foto Arte)

Irmã Míriam narra fatos políticos,  religiosos, oferece informações sobre a vida daquele, seu pai, que foi um líder realizador e doador de benefícios à terra natal. Imaginem que Seu Godó  forneceu energia elétrica para todo o arraial e manteve, por longos anos, uma banda de música, herança de seus antepassados portugueses. A corporação musical,  chamada por todos, em tempos mais distantes, de  “Furiosa” — e ele era quem ficava furioso pelo apelido — representou  mais uma oferenda ao povo de São Sebastião do Rio Preto. Na última geração da banda, nós, os sobrinhos, estivemos praticamente todos, soprando instrumentos afinados ou eventualmente desafinados, mas com orgulho e dedicação.


Não tenho espaço nem plateia para ler-me ou ouvir-me e, portanto, não vou esticar estas palavras mais. Nem deveria. O que preciso registrar é apenas repetir em voz estridente o seguinte: todos juntos, de mãos dadas e coração em festa, em Itambacuri, dia 14 de março!  E estejamos, às 19 horas em ponto, na capela que ornamenta o pátio do convento, na Rua Santa Clara, também ao lado do prédio da Escola Estadual Madre Serafina de Jesus.


Que Deus abençoe todos os que me ouvirem e nos seguirem.Também os que não puderem ir. É apenas um fim de semana.  Que a nossa querida Tia continue sendo também abençoada, como sempre mereceu!


 Amém.

José Sana

Em 15/02/2020

P.S.: Dedico esta crônica à minha prima consanguínea e opcional, Anna Paula Vitor, da Lia do Emanuel (foi ela quem sugeriu estas linhas), a quem agradecemos pelo amor que nutre e transparece de seu coração pela figura amada de Tia Irmã Míriam de Almeida.

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