Detesto
falar mal de jogadores e técnicos de meu time em qualquer circunstância. No
entanto, sou atleticano de velhas eras e estou cansado de ver se repetirem
estórias sem graça, que desmascaram a nossa alegria de viver. Para mim, Rafael
Dudamel, novo, mas já antigo, treinador do Galo, subiu no telhado.
Ele poderia
pedir mais segurança no sótão em que está caso seu miado fosse bem agudo e pudesse
ser ouvido por outro surdo mas de ouvidos desentupidos, o tal de Sette Câmara,
maior culpado por ser até agora um péssimo contratador. A característica que a
imprensa atribui a ele seria um estilo protetor, como de Yustrich da década de
1960, que dava bronca, mas passava a mão na cabeça dos jogadores.
Os erros de um
jogo mantêm o Dudamel balançando porque foram muitos e seguidos. Olha, em
primeiro lugar, levou o time para jogar na Argentina sem se importar que
sofreria contra-ataques. Informando-se sobre isso, deveria ter adotado a mesma
postura do Unión, ou seja, aquietar-se na defesa esperando o golpe que não
viria. Quem precisava de resultado favorável era a equipe de lá, não a de cá.
Com três
volantes e sem ataque, o suicídio do Galo foi claríssimo. Antes do jogo, um
comentarista da Rádio Itatiaia fez uma profecia: que o Unión é “expert” em velocidade; no
entanto, acreditava que Dudamel tivesse
tomado providência. Como não tomou nenhuma medida de precaução, levou uma goleada.
Só de ouvir isto, antevi o vexame.
De erro em erro,
mais um foi manter o tal Di Santo no time. Aliás, nem sei como e porque
trouxeram esse poste da Cemig para nos fazer tanta raiva. Em primeiro lugar,
seu currículo de goleador é péssimo, algo assim: marca 2 gols em cada 80 jogos.
Assistência? Ah, sim, ele é mesmo um privilegiado assistente e fica dentro de
campo vendo as patadas e caneladas do time em que consegue ser o maior cabeça de bagre.
Escalar quem com
a camisa 9, se o Ricardo Oliveira vai mal? Estou ouvindo tal questionamento. É
claro que o pastor atravessa fase difícil, mas vejam a sua fama: é goleador, ou
seja, sabe (ou pelo menos sabia) enfiar as bolas no filó. Dizem que quem
aprendeu a andar de bicicleta nunca mais esquece. Pois é. Ricardo do Galo é um
exímio ciclista, enquanto Di Santo não consegue equilibrar-se num mero
velocípede.
Outra navalhada
do Dudamel: fez entrar Arana no lugar de
Fábio Santos. Até agora não entendi o porquê da contratação deste Homem-Aranha.
O Galo precisa, urgentemente, de goleadores e vem com um lateral-esquerdo?
Piada. A barbeiragem do Duda sem mel foi sacar o único cobrador de penalidades máximas
que o Galo tem há mais de dois anos. Não deu outra: perde a única chance de
marcar um chorado golzinho.
Diriam que o
pênalti foi no Arana. Sim, mas já que tudo estava indo mal, esse herói dos
filmes exagerados poderia ocupar o lugar do Di Santo que, com certeza, deve ter um
empresário forte exigindo a sua escalação. Ruim de doer!
Mais erros do
treinador? Impossível citar porque ocorreram às pencas, assim resumidos: demonstrou desconhecer
o adversário e fez o time abrir-se como um paraquedas; mais uma vez joga sem
ataque e manda a defesa subir; sofre um gol aos 4 minutos e não aprende, deixa
o time à vontade.
Para concluir,
os maiores erros, que consagram Dudamel acumularam-se
na entrevista coletiva: disse que o time não jogou tão mal e mentiu, achando
que sem TV a tropeçada pudesse ser ocultada; complementou que esta foi a
primeira derrota dele no Galo; citou que venceu duas e empatou duas; e prometeu
que a surra no lombo dos jogadores vai inflamar o orgulho deles. O desconhecimento de Rafael Dudamel se esbarra na seguinte pergunta, em primeiro
lugar: o Galo ganhou de quem até agora? O Campeonato Mineiro deve ser o pior do
mundo. E Dudafel não tem esta informação?
É fatídico
concluir que Dudamel desce do telhado e entra na frigideira. Dificilmente
virará o placar contra o Unión e começa a ser fritado. Não porque fazer 4 gols seja
complicado. Não. O problema é que podem colocar esse time para jogar durante um
século que não consegue tal façanha em time melhor que esses do Mineiro,
infelizmente. De resto podemos esperar a tragédia: não é difícil perder da URT
e também do Campinense na Copa Brasil.
Repito que detesto “cornetar”.
É feio. Mas chega de sofrer, merda, ou Dudamerda! Sei que os torcedores amantes
de suicídios no futebol vão me malhar ferozmente depois de publicar estas
linhas. Além de tudo, tenho ainda um
pressentimento sério e fatal para revelar. Ei-lo: o pior momento do torcedor é
quando ele percebe que sabe mais que o treinador. Exatamente isto parece
ocorrer agora. Tomara que eu engula minhas próprias palavras. Prefiro ser feliz
com o Galo vencendo do que me passar como profeta de catástrofe.
Para salvar o Galo, chamem
Jesus. Não o do Flamengo, mas o próprio Cristo Redentor. Quem sabe ajeita essa nau sem
rumo e ressuscita onze, ou mais, lázaros?
José Sana
Em 08/02/2020
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