sábado, 8 de fevereiro de 2020

PIOR MOMENTO DO TORCEDOR É QUANDO DESCONFIA SER MENOS BURRO QUE O TÉCNICO


Detesto falar mal de jogadores e técnicos de meu time em qualquer circunstância. No entanto, sou atleticano de velhas eras e estou cansado de ver se repetirem estórias sem graça, que desmascaram a nossa alegria de viver. Para mim, Rafael Dudamel, novo, mas já antigo, treinador do Galo, subiu no telhado.

Ele poderia pedir mais segurança no sótão em que está caso seu miado fosse bem agudo e pudesse ser ouvido por outro surdo mas de ouvidos desentupidos, o tal de Sette Câmara, maior culpado por ser até agora um péssimo contratador. A característica que a imprensa atribui a ele seria um estilo protetor, como de Yustrich da década de 1960, que dava bronca, mas passava a mão na cabeça dos jogadores.

Os erros de um jogo mantêm o Dudamel balançando porque foram muitos e seguidos. Olha, em primeiro lugar, levou o time para jogar na Argentina sem se importar que sofreria contra-ataques. Informando-se sobre isso, deveria ter adotado a mesma postura do Unión, ou seja, aquietar-se na defesa esperando o golpe que não viria. Quem precisava de resultado favorável era a equipe de lá, não a de cá.

Com três volantes e sem ataque, o suicídio do Galo foi claríssimo. Antes do jogo, um comentarista da Rádio Itatiaia fez uma profecia:  que o Unión é “expert” em velocidade; no entanto, acreditava que  Dudamel tivesse tomado providência. Como não tomou nenhuma medida de precaução, levou uma goleada. Só de ouvir isto, antevi o vexame.


De erro em erro, mais um foi manter o tal Di Santo no time. Aliás, nem sei como e porque trouxeram esse poste da Cemig para nos fazer tanta raiva. Em primeiro lugar, seu currículo de goleador é péssimo, algo assim: marca 2 gols em cada 80 jogos. Assistência? Ah, sim, ele é mesmo um privilegiado assistente e fica dentro de campo vendo as patadas e caneladas do time em que consegue ser o maior  cabeça de bagre.

Escalar quem com a camisa 9, se o Ricardo Oliveira vai mal? Estou ouvindo tal questionamento. É claro que o pastor atravessa fase difícil, mas vejam a sua fama: é goleador, ou seja, sabe (ou pelo menos sabia) enfiar as bolas no filó. Dizem que quem aprendeu a andar de bicicleta nunca mais esquece. Pois é. Ricardo do Galo é um exímio ciclista, enquanto Di Santo não consegue equilibrar-se num mero velocípede.

Outra navalhada do Dudamel: fez entrar  Arana no lugar de Fábio Santos. Até agora não entendi o porquê da contratação deste Homem-Aranha. O Galo precisa, urgentemente, de goleadores e vem com um lateral-esquerdo? Piada. A barbeiragem do Duda sem mel foi sacar o único cobrador de penalidades máximas que o Galo tem há mais de dois anos. Não deu outra: perde a única chance de marcar um chorado golzinho.

Diriam que o pênalti foi no Arana. Sim, mas já que tudo estava indo mal, esse herói dos filmes exagerados poderia ocupar o lugar  do Di Santo que, com certeza, deve ter um empresário forte exigindo a sua escalação. Ruim de doer!

Mais erros do treinador? Impossível citar porque ocorreram  às pencas, assim resumidos: demonstrou desconhecer o adversário e fez o time abrir-se como um paraquedas; mais uma vez joga sem ataque e manda a defesa subir; sofre um gol aos 4 minutos e não aprende, deixa o time à vontade.

Para concluir, os maiores erros, que consagram Dudamel  acumularam-se na entrevista coletiva: disse que o time não jogou tão mal e mentiu, achando que sem TV a tropeçada pudesse ser ocultada; complementou que esta foi a primeira derrota dele no Galo; citou que venceu duas e empatou duas; e prometeu que a surra no lombo dos jogadores vai inflamar o orgulho deles.  O desconhecimento de Rafael Dudamel  se esbarra na seguinte pergunta, em primeiro lugar: o Galo ganhou de quem até agora? O Campeonato Mineiro deve ser o pior do mundo. E Dudafel  não tem esta informação?

É fatídico concluir que Dudamel desce do telhado e entra na frigideira. Dificilmente virará o placar contra o Unión e começa a ser fritado. Não porque fazer 4 gols seja complicado. Não. O problema é que podem colocar esse time para jogar durante um século que não consegue tal façanha em time melhor que esses do Mineiro, infelizmente. De resto podemos esperar a tragédia: não é difícil perder da URT e também do Campinense na Copa Brasil.

Repito que detesto “cornetar”. É feio. Mas chega de sofrer, merda, ou Dudamerda! Sei que os torcedores amantes de suicídios no futebol vão me malhar ferozmente depois de publicar estas linhas.  Além de tudo, tenho ainda um pressentimento sério e fatal para revelar. Ei-lo: o pior momento do torcedor é quando ele percebe que sabe mais que o treinador. Exatamente isto parece ocorrer agora. Tomara que eu engula minhas próprias palavras. Prefiro ser feliz com o Galo vencendo do que me passar como profeta de catástrofe.

Para salvar o Galo, chamem Jesus. Não o do Flamengo, mas o próprio  Cristo Redentor. Quem sabe ajeita essa nau sem rumo e ressuscita onze, ou mais, lázaros?

José Sana
Em 08/02/2020

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