quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

NÃO SEJA DEPUTADO. É O FIM DA VIDA!


No meu livro (E-book) CAMINHOS PARA A VITÓRIA – Ser Cidadão, Ser Vereador, Ser Prefeito, (http://bit.ly/EbookCaminhosParaAVitoria), à disposição de quem desejar na internet, faltou uma abordagem sobre Ser Deputado. Ou melhor, não faltou, na verdade, porque qualquer cidadão sabe o seguinte: que o parlamentar estadual, ou federal, ou os dois juntos, valem menos que um vereador do mais baixo escalão. Quem não enxergou isto ainda é mudo, surdo, cego e manca de duas pernas.

Deputado é apenas um cargo de realce, que atrai olhares curiosos. Parece um semi-rei quando entra numa sala, auditório repleto de damas e senhores, palanque disputado. Todos se levantam, batem palmas, admiram, elogiam e, se está bem vestido, se é simpático, se fala bem, se isso, se aquilo, babam nas suas gravatas ou nos decotes.

Repito e sustento que Ser Deputado é menos importante que Ser Vereador. O parlamentar municipal pode fazer uma parceria com o prefeito, vai ao gabinete dele e dos secretários quando deseja, até lhe é permitido, às vezes, frequentar a sua cozinha, ser amigo da casa, abraçar as cozinheiras, faxineiras, lavadeiras, e beijar todas.

E o deputado? Esse mal, mal, mal, mal consegue marcar uma audiência de vez em quando com o governador, secretários, presidente da República, ministros. Quando consegue o prêmio leva uma lista muito comprida de reivindicações debaixo do braço, assusta a vítima, a maioria dos pedidos vai para o cesto de lixo. É muita gente pedindo, é muita chateação para ser revolvida.

Mas não vou ficar por aqui com sofismas, teorias pouco convincentes, vou provar o que escrevo, sustento e assino. Vamos aos exemplos, veremos como foram as trajetórias dos últimos deputados itabiranos. Pois bem, confiram:

JAIRO MAGALHÃES ALVES – Excelente figura humana, notabilizou-se como prefeito, fez o seu campo para deputado estadual. Foi eleito e reeleito. E só. Perdeu a terceira eleição e, depois, foi derrotado mais duas vezes para prefeito de Itabira. “Injustiçado!” – clamam  os amigos e companheiros e inserindo muitos pontos de exclamação. Verdade. Exatamente no ano em que conseguiu apresentar seus melhores projetos, várias propostas importantes, eis aí que o povo não viu, não sentiu, nem imaginou. Votou contra e fim de carreira.

OLÍMPIO PIRES GUERRA (Li) – Brilhante administração na Prefeitura de Itabira, implantou a ética, lutou por ela, fez grandes empreendimentos. Terminou o mandato com muitas realizações. Candidatou-se a deputado federal e obteve uma excelente votação. Mas, ao tentar a reeleição, que seria a avaliação de seu mandato, cheio de verbas para hospitais, entidades sociais, empreendimentos, lutas por obras, conseguiu uma série de conquistas, tudo que um deputado pode fazer. Mas...derrotado. Mais um “injustiçado” na história nossa.

LUIZ MENEZES – Prefeito de Itabira, realizou o que estava programado, cumpriu as propostas elaboradas durante o mandato, saiu muito bem avaliado do governo. Em seguida, lançou-se  candidato a deputado estadual e, como os outros ex-prefeitos, obteve votação suficiente para tornar-se deputado estadual. Cumpriu o mandato, canalizou verbas sociais, lutou pela valorização da mulher, combateu a mineração que depreda o meio ambiente, fez o possível e quase o impossível. Mais um “injustiçado”, garantem seus amigos e companheiros.

RAIMUNDO NONATO BARCELOS (Nhozinho) – Ligadíssimo a Itabira por negócios e família, foi eleito e reeleito prefeito da vizinha São Gonçalo do Rio Abaixo. Lá executou um dos mais notáveis programas de administração, fez a cidade crescer, foi beneficiado pela chegada da Vale, e soube, com muita inteligência e competência, aplicar os recursos advindos da empresa mineradora. Candidatou-se a deputado estadual, obteve excelente votação no cômputo geral, com destaque em Itabira. Tomou posse, trabalhou como pôde, encaminhou reivindicações e, como os demais, canalizou verbas para entidades as mais carentes, resolveu problemas de centenas de organizações e pessoas. Se cometeu um erro foi aliar-se ao então governador, mas precisava de benefícios. Tentou o segundo mandato e perdeu.

CONCLUSÃO – Um deputado nada manda, um deputado é um office-boy de luxo, como muitos cientistas políticos declaram, é um cargo mantido pelo povo com uma única função: mostrar para o mundo que estamos num país democrático, temos legisladores, fiscalizadores. Inertes, para completar. Somente isto.

Não sou contra a existência deles. Sou pela redução drástica no número dessa tropa imensa, que humilha a simplicidade do povo. O povo é tapeado para  bancar os “coça-sacos” oficiais. Eu diria que valeria a pena ser vereador e nunca deputado. Mas o legislador municipal precisa se também se atentar para a criatividade senão cai no nada fez e nada faz. E abraçar as cozinheiras do prefeito.

Só isso. Não seja deputado, ajoelho em vossos pés! Já fui candidato a deputado estadual, em 1982, e a federal, em 1988. Quase me elegi em ambas as oportunidades, mas graças ao bom Deus, não me foi dada a oportunidade de decepcionar a quem esperava milagres irrealizáveis. Meu nome e o dos deputados não é Jesus Cristo.

Ser Deputado é bom somente para ele, o próprio, dono do cargo, afoito a mordomias.

Ao povo, uma banana oficial e com muita força!

José Sana

Em 12/02/2020

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