No meu livro (E-book) CAMINHOS PARA A VITÓRIA – Ser Cidadão,
Ser Vereador, Ser Prefeito, (http://bit.ly/EbookCaminhosParaAVitoria),
à disposição de quem desejar na internet, faltou uma abordagem sobre Ser
Deputado. Ou melhor, não faltou, na verdade, porque qualquer cidadão sabe o
seguinte: que o parlamentar estadual, ou federal, ou os dois juntos, valem
menos que um vereador do mais baixo escalão. Quem não enxergou isto ainda é
mudo, surdo, cego e manca de duas pernas.
Deputado é apenas um
cargo de realce, que atrai olhares curiosos. Parece um semi-rei quando entra
numa sala, auditório repleto de damas e senhores, palanque disputado. Todos se levantam,
batem palmas, admiram, elogiam e, se está bem vestido, se é simpático, se fala
bem, se isso, se aquilo, babam nas suas gravatas ou nos decotes.
Repito e sustento que
Ser Deputado é menos importante que Ser Vereador. O parlamentar municipal pode
fazer uma parceria com o prefeito, vai ao gabinete dele e dos secretários
quando deseja, até lhe é permitido, às vezes, frequentar a sua cozinha, ser
amigo da casa, abraçar as cozinheiras, faxineiras, lavadeiras, e beijar todas.
E o deputado? Esse mal,
mal, mal, mal consegue marcar uma audiência de vez em quando com o governador,
secretários, presidente da República, ministros. Quando consegue o prêmio leva
uma lista muito comprida de reivindicações debaixo do braço, assusta a vítima,
a maioria dos pedidos vai para o cesto de lixo. É muita gente pedindo, é muita
chateação para ser revolvida.
Mas não vou ficar por
aqui com sofismas, teorias pouco convincentes, vou provar o que escrevo,
sustento e assino. Vamos aos exemplos, veremos como foram as trajetórias dos
últimos deputados itabiranos. Pois bem, confiram:
JAIRO MAGALHÃES ALVES –
Excelente figura humana, notabilizou-se como prefeito, fez o seu campo para
deputado estadual. Foi eleito e reeleito. E só. Perdeu a terceira eleição e,
depois, foi derrotado mais duas vezes para prefeito de Itabira. “Injustiçado!” –
clamam os amigos e companheiros e
inserindo muitos pontos de exclamação. Verdade. Exatamente no ano em que
conseguiu apresentar seus melhores projetos, várias propostas importantes, eis
aí que o povo não viu, não sentiu, nem imaginou. Votou contra e fim de
carreira.
OLÍMPIO PIRES GUERRA
(Li) – Brilhante administração na Prefeitura de Itabira, implantou a ética,
lutou por ela, fez grandes empreendimentos. Terminou o mandato com muitas
realizações. Candidatou-se a deputado federal e obteve uma excelente votação.
Mas, ao tentar a reeleição, que seria a avaliação de seu mandato, cheio de
verbas para hospitais, entidades sociais, empreendimentos, lutas por obras, conseguiu
uma série de conquistas, tudo que um deputado pode fazer. Mas...derrotado. Mais
um “injustiçado” na história nossa.
LUIZ MENEZES – Prefeito
de Itabira, realizou o que estava programado, cumpriu as propostas elaboradas
durante o mandato, saiu muito bem avaliado do governo. Em seguida,
lançou-se candidato a deputado estadual
e, como os outros ex-prefeitos, obteve votação suficiente para tornar-se
deputado estadual. Cumpriu o mandato, canalizou verbas sociais, lutou pela
valorização da mulher, combateu a mineração que depreda o meio ambiente, fez o
possível e quase o impossível. Mais um “injustiçado”, garantem seus amigos e
companheiros.
RAIMUNDO NONATO
BARCELOS (Nhozinho) – Ligadíssimo a Itabira por negócios e família, foi eleito
e reeleito prefeito da vizinha São Gonçalo do Rio Abaixo. Lá executou um dos mais
notáveis programas de administração, fez a cidade crescer, foi beneficiado pela
chegada da Vale, e soube, com muita inteligência e competência, aplicar os
recursos advindos da empresa mineradora. Candidatou-se a deputado estadual,
obteve excelente votação no cômputo geral, com destaque em Itabira. Tomou
posse, trabalhou como pôde, encaminhou reivindicações e, como os demais,
canalizou verbas para entidades as mais carentes, resolveu problemas de centenas
de organizações e pessoas. Se cometeu um erro foi aliar-se ao então governador,
mas precisava de benefícios. Tentou o segundo mandato e perdeu.
CONCLUSÃO – Um deputado
nada manda, um deputado é um office-boy de luxo, como muitos cientistas
políticos declaram, é um cargo mantido pelo povo com uma única função: mostrar
para o mundo que estamos num país democrático, temos legisladores, fiscalizadores.
Inertes, para completar. Somente isto.
Não sou contra a
existência deles. Sou pela redução drástica no número dessa tropa imensa, que
humilha a simplicidade do povo. O povo é tapeado para bancar os “coça-sacos” oficiais. Eu diria que
valeria a pena ser vereador e nunca deputado. Mas o legislador municipal
precisa se também se atentar para a criatividade senão cai no nada fez e nada
faz. E abraçar as cozinheiras do prefeito.
Só isso. Não seja
deputado, ajoelho em vossos pés! Já fui candidato a deputado estadual, em 1982,
e a federal, em 1988. Quase me elegi em ambas as oportunidades, mas graças ao
bom Deus, não me foi dada a oportunidade de decepcionar a quem esperava
milagres irrealizáveis. Meu nome e o dos deputados não é Jesus Cristo.
Ser Deputado é bom
somente para ele, o próprio, dono do cargo, afoito a mordomias.
Ao povo, uma banana
oficial e com muita força!
José Sana
Em 12/02/2020
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