segunda-feira, 18 de outubro de 2021

FALTAM 5 DIAS PARA A “DATA D” DO CENTENÁRIO DE DOM MÁRIO: NOSSO BISPO ERA UM “POLÍTICO”?

Já deixo minha opinião que, com certeza, não puxa nem tem a pretensão de agradar a ninguém: político, sim, na acepção correta da palavra. Alguns chamados de socialistas o taxavam de capitalista; outros, desse lado ou neoliberais, apelidavam-no comunista.


FATOS E EVIDÊNCIAS


Contei o fato de tê-lo conduzido a um evento para benzer suas instalações comerciais. Os donos do comércio eram, ou são, declaradamente de direita radical. E lá estava ele, Dom Mário, o benzedor. De cabeça erguida.



Numa outra semana, levei-o a uma missa ao ar livre que celebrou no Bairro Pedreira do Instituto. Na igrejinha inacabada, tinha o emblema bem conhecido dos moradores como de iniciativa de Sua Excelência Reverendíssima. Por aí se vê que seria, então, um socialista capitalista ou o contrário. A meu ver, repito, Dom Mário nunca ocupou um lado ideológico, mas carregava a cruz da Igreja Católica, Apostólica e Romana.


A Salvatorian Mission dos Estados Unidos e a Misereor da Alemanha Ocidental, de países definitivamente capitalistas, enviavam mantimentos a Itabira em vagões da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Representavam que tipo de ideologia seguida por ele? Evidentemente nenhuma. Esse processo de doações durou quase os 25 anos de trabalho de Dom Mário na Diocese Itabira-Coronel Fabriciano.


A liderança de Dom Mário no salvamento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Itabira (Fachi), transformando-a no primeiro braço forte da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi), demonstra claramente que ele imaginou uma entidade forte, como fundação comunitária, portanto, nos moldes itabiranos, eminentemente um povo operário e liderado pelo capitalismo de uma empresa de negócios internacionais, transformada em sociedade anônima. E a mineradora, hoje denominada Vale, é uma das acionistas da Funcesi, graças a influências do bispo.


Quando, no início dos anos 2000, o Hospital Nossa Senhora das Dores estava à beira do fechamento, falência prevista por ditos setores da economia, restou aos membros da Irmandade Nossa Senhora das Dores recorrerem ao bispo nordestino, entregando-lhe a provedoria. 


E qual foi a primeira ação do prelado, paralelamente à frente de uma grande diocese, com 50 paróquias e ancorando o ensino superior, mesmo com balanços de números negativos, avermelhados? Dom Mário mexeu com os pauzinhos, tomou providências e anunciou a instalação de UTIs com atendimento de alta complexidade. Hospital salvo.


Perguntado qual seria a sua lógica por investir sem dinheiro, o religioso foi claro em dar uma resposta taxativa: “Temos que evitar a transferência do enfermo para a capital por falta de atendimento de nível elevado e, paralelamente, tornar a nossa casa de saúde não só prestadora de serviços aos segurados do SUS, mas também a particulares e a planos de saúde. 


E, assim, depois de salvar a Fachi, transformando-a em Funcesi, resgatou o HNSD, fazendo-o eficiente e lucrativo. Para tornar viável os investimentos, bateu em portas e buscou recursos, enquanto os investimentos retornaram rapidamente.


Vale dizer que o atual provedor, Márcio Labruna, também já vinha e está adotando tais medidas.


José Sana

Em 18/10/2021

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