“Itabira vive o
seu mais delicado momento da história”. Estas palavras me foram escritas por um
personagem ligado a uma conceituada mineradora. Em seguida, o executivo completou o pensamento: “Os itabiranos têm tudo para reconstruir a
cidade, mas precisam se conscientizar do que devem fazer”. Fica assim definido
para maior registro deste alerta que, por mais desacreditado que seja, não
faltaram lembretes a cada um de nossos habitantes a esta altura do tempo.
“Precisam-se de líderes vivos ou mortos”. A frase ainda não foi pincelada por aí, mas vou
começar a fazê-lo. Se não os vivos, teremos que erguer faixas aos que se foram.
Que tragam suas memórias vivas para nos salvar. Cadê os vivos? Estão
escondidos? Hora de sair da toca. Heróis, sim, super-heróis, não. Nada de
figuras que se despontam nos filmes e fizeram parte de revistas em quadrinhos
de antigamente como Zorro, Jerônimo, Capitão Marvel, Robin Hood, Superman, Incrível Hulk, Homem
Formiga, Homem de Ferro, Homem Aranha, Mulher Maravilha.
Por trás do
momento delicado que vivemos, alertado pela própria empresa nascida em Itabira,
existe uma espécie de cenário de filme, diria que o italiano, lançado em 1999,
“A Vida é Bela”. Defendo sempre essa beleza de vida, mas tudo depende de nosso
esforço e trabalho. Já todo o encantamento é o que parece extraído do filme resumido rapidamente
no seguinte teor: durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, um judeu foi levado com seu filho
para o campo de concentração nazista.
Afastado da mulher, usa a imaginação para fazer o menino acreditar que estão
participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e
da violência que os cercam.
Entenderam o que
acontece em Itabira? Os políticos nos bloqueiam - e parecemos crianças diante deles - pirralhos ouvindo lorotas e historinhas
enganadoras. Estamos num campo de concentração e nos enganam. As barragens de minério
de ferro podem ser onde seremos executados sumariamente. Alguém pode dizer que
a intenção dos políticos e dos outros chefes seja boa, elogiável, piedosa. Mas,
na verdade, não somos mais figuras infantis e sem a nossa ação haverá uma
vitória nazista e fascista no lugar do triunfo dos Aliados.
Volto à convocação
de líderes. Nesta semana despontou-se um candidato forte. Seu nome: André Viana Madeira, 33 anos de
idade, vereador e presidente do Sindicato Metabase de Itabira. Ele compareceu a uma
audiência pública na Assembleia Legislativa e a uma sessão no Congresso
Nacional que trataram do terror ainda em
evidência nestas plagas e que persiste desde quando estourou a Barragem de Brumadinho. A
infelicidade da Vale, que é a nossa super infelicidade, levou centenas de vidas
para o além, mártires que precisam ser
entendidos integralmente para que nada mais ocorra neste horror que é a Faixa
de Gaza em que se transformaram algumas de nossas cidades, também e
principalmente Itabira.
Vereador e sindicalista André Viana (foto Divulgação) |
Para fazer
justiça e, ao mesmo tempo, incentivar outras lideranças, elejo André Viana,
pelas suas belas e corajosas palavras ao cargo de primeiro candidato a subir no
pedestal e ser um de nossos representantes fieis e originais, dos quais
necessitamos urgentemente.
O itabirano
ainda faz corpo mole, mas vai ter de tirar o pijama, arregaças as mangas e
tomar vergonha na cara. Gostaria que o prefeito Ronaldo Magalhães atendesse a
esse chamado. Apreciaria muito ver o nome dele escrito em letras garrafais e de
ouro nas páginas de história de Itabira, cheia de espaços em branco e muitos
buracos de omissão.
Gente, só temos
compromisso com o futuro, o resto é fantasia, acaba depressa e vira pó. Se não salvarmos Itabira seremos
execrados pelas futuras gerações. Inapelavelmente.
José Sana
Em 14/02/2019
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