sexta-feira, 17 de julho de 2020

CABRITO DÁ AULAS SOBRE O PICO DA PANDEMIA

Em se tratando de pandemia, com certeza não temos nenhuma experiência. A última foi em 1918, a tal Gripe Espanhola, que matou 35 milhões de brasileiros. Imaginem se morressem esse total agora, quão alegres estariam alguns de nossos políticos, principalmente prefeitos muito conhecidos nossos. O Cabrito tomou seu precioso tempo para analisar e descobrir o que é mais importante para este momento: que dia mesmo ocorrerá o tal pico que sempre é empurrado para a frente?

Vejam primeiro a lista preparada pelo Cabra da Peste para mostrar a dificuldade e até mesmo certos prazeres que estamos vivenciando. Isto tudo para chegarmos no tal pico:


“— Imaginem que até eu, animal chamado indevidamente de irracional, entrar num banco mascarado, como os bandidos do Velho Oeste, daqueles filmes de bang-bang,  e ainda me atrevo a pedir dinheiro ao caixa. Isso nunca aconteceu. Pensem no que será quando chegarmos no pico.

— Você que bebe (eu não, só como capim e bebo água suja) nunca imaginava que suas mãos fossem consumir mais álcool que o fígado. Pensem nisso quando chegar, de verdade, o tal pico o quanto estará alcoolizado.

— A máscara tem muito de positivo: por exemplo, se você é feio demais, ou deve muito dinheiro a determinadas pessoas, entra numa farmácia ou supermercados, passa por credores e nem precisa se esconder, eles não cobrarão de você, não o reconhecerão. E pode fazer planos concretos para daqui a tanto tempo quando, de verdade, o pico chegar.

— Consolemo-nos com o fato mais nítido que ocorreu. Lembram-se de quando todos reclamavam que 2020 seria um ano muito chato porque teríamos poucos feriados? E agora, está satisfeito em ganhar tantos dias de folga? E já pode prever mais alegrias para quando chegar o pico.

— Outra situação irrequieta mas tem lá o seu lado positivo: a pandemia não fez você voltar ao seu tempo de adolescente? Confira aí: sem dinheiro na carteira, cabelo comprido e sem saber o que será a sua vida. E não se esqueça de vislumbrar a chegada do pico anunciado para não se sabe quando. Mas que ele vem aí, isto vem.

— Para encerrar, uma esperança para os moradores de Cabritolândia, também chamada Itabira do Mato Dentro. Nesta cidade, os mais antigos conheceram uma montanha de hematita compacta. A mineradora, que acabou com ele e fez uma cava incrível, prometeu devolver a mesma quantidade de material, só que em forma de rejeito, para tapar o buraco imenso, isto é, a tal cava. Aí, eu, Cabrito genial, descobri, finalmente que, de verdade, o pico que vem aí é, com certeza, o Pico do Cauê fake. Drummond entra na jogada lembrando um poema intitulado ‘Itabira’, que pode ser também ‘Cabritolândia’ e começa assim: ‘Cada um de nós tem seu pedaço no Pico do Cauê’. 

Eu, o Cabrito da era moderna, já fiz o meu requerimento: ‘Quero o meu pedaço de pico já e já, e parem de anunciar que esse pico vem aí!’ Concluo assim: ‘Se o pico não vem a mim, eu vou ao pico!’”

Cabrito Profeta do Milênio

Em 17/07/2020

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