Quem
está dormindo bem nestes dias? Sei que alguns, ou até muitos. Eu, não! (e
coloco um ponto de exclamação para ninguém duvidar). Ontem (24/03/2020)
deitei-me com um sentimento terrível de culpa. Tenho cinco filhos e dez netos.
Agora vejo o mundo em que os introduzimos (não eu sozinho, é claro) com amor,
felicidade e ótimas intenções. Estamos vendo este momento cheio de dúvidas,
pressentimentos duvidosos, pânico instalado. Queria que todos chegassem num
tapete vermelho e encontrassem um mundo perfeito. Também outros e outros e
outros cidadãos do Planeta Terra merecem mais vida segura.
O
pior da noite ocorreu ao ver desfilar, como num filme diante de mim, uma série de visões pavorosas do Apocalipse de
São João, das Sete Profecias Maia e de Nostradamus.
Já vi filmes e tenho livros que abordam o
médico, farmacêutico e profeta francês da Renascença. Uma das predições
reveladas apavoram-nos ao afirmar que chegaremos a um tempo pleno da peste, da fome e da guerra. Vendo tal perspectiva,
faz tremer qualquer estátua vigorosa. Há
também alusões horripilantes a respeito da economia. Contam que o dinheiro perderá
o valor. Restarão os alimentos de matar a fome de ex-ricos e pobres, sem
distinção. Vamos plantar? Agricultura familiar em pauta.
Ah...
sobre esse tema já fui empurrado numa
conferência religiosa realizada num colégio. Falavam que fulano, proprietário
de um pacote de feijão, o trocaria com sicrano por um quilo de arroz; carne nem
pensar, talvez uma última safra de porcos, frangos e bois, ou peixes; haveria
um mercado de permutas com custos exorbitantes. Como dormir diante de um quadro
deste, que se adicionava a uma informação que esclarecia a visão de um futuro
sombrio: supermercado e lojas acabavam de ser assaltados numa cidade
brasileira.
O
sono de olhos quase abertos ainda teve sonhos, mas nada animadores. Pesadelos
de verdade. Levantei-me da cama esbodegado.
Comecei a procurar um chão. Liguei o celular, depois o micro. Finalmente, uma
médica da família, geriatra, nascida em
Guanhães, que clinicou durante 30 anos na Suíça, hoje mora na Áustria, acabava
de me enviar um link. Encontra-se ela no
Brasil vivendo a plena quarentena com o marido e o pai. A mensagem é um vídeo
de entrevista do presidente Jair Bolsonaro, na porta do Alvorada, cercado de
jornalistas e assessores. Vou sublinhar: Bolsonaro, 65 anos, idade de risco, sem
máscaras e luvas, cercado por um bando de gente.
Abro
um parêntesis para dizer que votei em Jair Messias Bolsonaro para presidente da
República, em 2018. Mas foi mais um voto ideológico. Não tenho forte aptidão
pela direita, nem pelo centro e de forma alguma pela esquerda. O meu partido
ainda não foi criado e nem tem lado. Deve se chamar Redondo. A esquerda é a própria preparadora do caos,
fabricante do holocausto que alguns desejam descaradamente. Serve como oposição
que visa derrubar um governo, só isso. Nunca deu certo em lugar algum do mundo como governo. Uma parte dela
aproveita a ingenuidade do povo para mentir
sobre o Marxismo. Absolutamente, nada
das ideias de Karl Mark foram colocadas em prática em quase dois séculos de bajulação
a uma alma que até negou a existência da própria alm
Continuo
com o parêntesis aberto. E vou lá atrás, na história, precisamente em Adão e
Eva, origem da humanidade na visão
simbólica de religiões. E está escrito que o casal foi expulso do paraíso por
desobediência a uma determinação divina. Segundo os escritos, Deus chamou na
responsabilidade a serpente, depois Eva e Adão. Ao chefe de
família sentenciou: “Você terá de trabalhar duramente a vida inteira a fim de
que a terra produza alimentos suficientes para sua família”. Por força da desobediência
humana era criado o capitalismo, que requer
trabalho como ponto de partida, de suor e até vidas.
Fecho o
parêntesis. Levanto-me da insônia com o
corpo atordoado. Resolvo ver o vídeo da entrevista citada. Durou quase uma hora.
O presidente falou de tudo sobre a situação atual frente ao Covid-19. Mais do que isto, rasgou o verbo. De
suas palavras, seguras e definidas, ditas sem medo, explicou fatores ligados ao
Coronavírus. Fez as restrições devidas ao mencionar a necessidade
de isolamento de idosos e pessoas com problemas de saúde. Citou casos de seu
controle com o tempo. “A reação é agora, para já”, disse.
Seguiu se pronunciando com
serenidade e firmeza a respeito do que ocorreria em um dos dois casos: um,
continuar o país parado; outro, trabalhando
em atividade controlada. Deixou claro que a continuidade da quarentena a prazo
maior significaria uma ameaça definitiva do caos, recessão econômica e, presumivelmente,
um país de fome. Anunciou encontro com governadores de cujas discussões sairiam decisões a respeito
de medidas imediatas. Deu respostas rápidas, sem vacilar, aos repórteres.
Convocou a população nova e saudável a voltar ao trabalho, e garantiu que
haveria uma preparação de esquema forte para o enfrentamento do vírus.
Sem
produção, sem arrecadação, qualquer país vai à bancarrota. Vêm fome, peste,
doenças, saques, mais violência, um mundo inexplicavelmente catastrófico. Aí,
então, imaginei a situação de trabalhadores de braços cruzados. Inseri dentro do
quadro o Apocalipse de São João, As Sete
Profecias Maia e Nostradamus. Não existirá um panorama mais horripilante que não seja acompanhar e
viver o massacre de 220 milhões de brasileiros e de eu, você, nós, eles, morrermos
com todos. Na visão, anjos de branco, asas esculturais, acendem tochas, surgem dragões empunhando espadas,
bolas de fogo no caem do céu, cânticos de fim do mundo. Homens, mulheres e
crianças tombavam, gemiam, agonizavam, dois terços mortos, um terço
sobrevivendo para a reconstrução do mundo.
Então,
só me restou dizer que apostei no
segundo voto em Jair Messias Bolsonaro. Por ele falar a verdade e por encarar
de peito aberto a situação ameaçadora. É hora do homem público derrotar o canalha que o ameaça. Nunca vimos tantos
pulhas dando sopa por aí. Ninguém
precisa de coragem para matar uma lagartixa. Mas, sim, que não se intimide
diante de canhões de perseguição, mísseis do rabo preso, jogo sujo, todos esses vírus abomináveis, piores que o
Covid-19.
Confesso e devo, neste momento, por dever de prestação de contas a Deus — se houver recuo, o
Apocalipse não tardará — declarar que sou
um ex-covarde. Deveria, bem antes de ter percebido que o Brasil necessitava de um capitão de coragem e não de um fantasma
de gabinete, de passeata ou de papel ter confessado reconhecedor de seu trabalho. Ou eu não entendia bem que estava, sem querer elegendo uma fibra integral. Os mal-intencionados pensam que ele é mesmo de folha de banana. Como dizia um ex-treinador de futebol: "Vocês vão ter que me engolir!". Para derrubar um capitão de pedras, e não de areia, nem do mato, precisarão demolir o Exército. E aí aperta, né Zeca da Égua?
Ei-lo
de corpo e alma. Vamos aguardar o desfecho das providências a serem tomadas e
torcer para que o Apocalipse não seja agora.
José
Sana
Em 25/03/2020
Parabéns Sana!
ResponderExcluirMinha admiração aumenta a cada dia.