Tenho sempre o costume de conversar com os mais velhos, os
experientes, os cultos. Sempre os vejo nas casas lotéricas, quando não nas
praças e nas portas de igrejas. Papos bons, instrutivos, selecionados, que
variam de política a futebol, passando pela fé religiosa de cada um. Nestes
dias em que o tema é somente o tal de Coronavírus, não têm havido papos. Até
neste aspecto o diabo do pandemônio nos proíbe fazer.
Mesmo assim, ainda dá para comentar, considerando as
postagens feitas nas chamadas redes sociais. Muitos escrevem, outros gravam
áudios, alguns apenas curtem. Além desses, temos as intensas e praticamente
infinitas reportagens publicadas nos jornais do mundo. Dá para sentir o que se
passa no globo terrestre e tirar algumas conclusões.
Uma delas é que escrevem muito sobre números, quantidades, povos
atingidos, mortos, estratégias de contenção, vacina. Mas falta o essencial, o
ponto que deveria interessar a todos os países, principalmente aos que se
mostram radicalmente contrários à violência, ao terrorismo e ficam por aí
anunciando combates tenazes. Então, o leitor já deve estar perguntando junto de
mim: será quem foi o fabricante desse vírus que pode desencadear um apocalipse em toda a Terra?
Não me venham com essa dedução ilógica: ninguém fabricou, é
um vírus espontâneo. Por outro lado, mostra ser impossível que tenha sido
engendrado pela Natureza. Esta, creiam em mim, está mordida de raiva de nós,
porque não a respeitamos. As cobranças e o seu firme propósito de não
negociar os direitos adquiridos são relativos exclusivamente ao meio em que ela é atingida.
Por exemplo, o ser humano não protege as nascentes nem cultiva as matas
ciliares e vem a resposta em forma de seca de rios; cutuca os barrancos, o resultado
é o desabamento de prédios logo abaixo; polui as cidades, entope as redes de
passagem da água, há transbordamentos e mortes. Por aí...
Pelo que entendemos, a Natureza sabe o que faz. Tem ela, como
já afirmei, seu ponto de vista fechado com as suas decisões, mas não é
mesquinha, não é banal, nunca age fora do contexto ou da lógica. Um cara de
inteligência elevadíssima, mas com foco no mal, ou uma equipe de "competentes cientistas da desgraça", deve ter passado algum tempo estudando, tentando,
fazendo testes, até chegar nesse desonrado e invisível vírus, capaz de até extinguir
a raça terrestre. Ou mudar as regras do jogo que há milhões de anos vem se
desenrolando por aqui.
Não me estaciono numa conclusão, pelo menos por enquanto. Então, deixo registrados os meus questionamentos: os chamados líderes mundiais não irão
sequer dar um pio de sabiá, como diz o povo da roça? A sua luta contra organizações
criminosas e terroristas que fizeram e ainda fazem estragos na face da Terra
não se estenderá à maior tragédia que o ser humano pode enfrentar e talvez já
esteja enfrentando? Há medo escondido na cara de celebridades? Que pena! Heróis medrosos... Tomando por base
as mais fortes potências, como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Inglaterra, que combatem a destruição do ser humano por ele próprio, perguntamos:
nunca pensaram em investigar o que parece uma conspiração destrutiva? Nenhum
país é suspeito? Não gravaram os chamados áudios que aqui no Brasil fazem até
balançar uma corte suprema ou um poder democrático? Não desconfiam nem do mané
da esquina que bebe uma cachaça e solta os podres que conhece?
Não dá para, como ser humano que pensa no bem, no progresso e
na felicidade dos povos, engolir tamanha humilhação. Ver o gigante EUA curvar-se
diante de uma provável arma biológica que estraga não só a sua economia, como
também de todos os demais países do Planeta Terra, pelo menos a mim tira-me o
respeito pela sua grandeza tão falada. E à badalada Organização das Nações Unidas
(ONU), que às vezes se imiscui em questões de somenos importância dentro de
países e deveria ter sentimentos mais elevados, pergunto: esse grupo, que tanto
se reúne, resolveu dormir na sua falsa
cara de gigante?
Queria porque queria, de bom grado diga-se, ouvir pelo menos
um ai das potências mundiais, um grito de “eu vou acabar com isso”, “eu prometo”,
como tanto gritam contra os produtores do “homem-bomba” e as traiçoeiras armas
que enxovalham a reputação do ser humano. Será que ninguém vai encaixar um
berro de protesto, não de vingança, mas de punição, contra esses abestalhados
que fazem do mal a sua distração predileta e lhes dão, com certeza, medalhas de
bandidos premiados?
Eu queria também ouvir alguém que tirasse a minha razão e eu
pudesse sentir-me pior que os silenciosos enganadores ou traidores. A partir
daí, podemos começar qualquer outra discussão sobre uma pergunta que há milhões
de anos continua sem resposta: o que o ser humano está fazendo neste planeta
desgovernado? Só mesmo palhaçada e brigas por nada?
José Sana
Em 18/03/2020
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