segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Só futebol, futebol, futebol... E daí?

“Das coisas sem importância na vida, o que há de mais importante é o futebol”. A frase foi atribuída a vários autores. Como esses são muitos, deixo no ar a autoria, com o meu irrestrito apoio. O futebol é tão importante que Nelson Rodrigues, meu escritor preferido desde criança, apesar de ter sido um gênio do teatro principalmente, respirava o esporte das multidões. Por coincidência, era torcedor do Fluminense, tema básico destes rápidos rabiscos. Por ironia do destino, no Rio torço para o Flu. Só no Rio de Janeiro.


Escreveria o tricolor Nelson Rodrigues que o Sobrenatural de Almeida ajudou o Fluminense ontem, dia 21 de outubro de 2012, no Estádio Independência, Belo Horizonte, em jogo contra o Atlético das Minas Gerais. Por um motivo qualquer, ele, o Sobrenatural, resolveu dar uma oportunidade ao Galo, depois de um gol anulado em falta magistral  cobrança de falta, executada por Ronaldinho Gaúcho (lance inédito no mundo, de acordo com emissoras abalizadas), três bolas na trave, além de um bombardeio assim sintetizado por estatística no primeiro tempo: 15 bolas chutadas a gol pelo Galo e uma apenas pelo time pó-de-arroz.

Foi a melhor partida da equipe alvinegra no campeonato, segundo o treinador Cuca, e foi o jogo nota 10 de Ronaldinho Gaúcho, que voltou a ser o melhor jogador pelo menos do Brasil desde quando pisou na Cidade do Galo. Mais do que tudo, um ritmo alucinante dado à partida pelo Atlético, com alto índice de superioridade no primeiro tempo e mais surpreendente no segundo, quando fez os gols decisivos. Pelas duas viradas, pela partida primorosa que jogou, pelo que vem fazendo em todo o campeonato, qualquer turista de outro planeta, ou mesmo país, que aqui chegasse ontem, e assistisse ao espetáculo travado no Horto, escreveria no seu caderno de apontamentos: “Este é o melhor time pelo menos das Américas, o que joga de preto e branco”.

Assim como fazem os atleticanos no final de jogos decisivos do Cruzeiro, quando a Raposa perde um título, ontem uma rajada de  foguetes tomou conta do céu itabirano depois dos nove minutos do segundo tempo, quando Wellington Nem marcou o primeiro gol do jogo. A diferença está aí: os fogueteiros não acreditavam que o Galo fosse bombardear de novo a meta do Fluminense e que desse bombardeio surgiriam três magistrais gols em preto e branco. Já os atleticanos, pelo que me consta, vibram, sim, com derrotas  celestes, mas quase sempre depois do apito final do árbitro.

Não sei o que vai dar daqui para a frente, mas qualquer analista isento de doença deve apontar o Clube Atlético Mineiro como atual maior time do Brasil. Pela quantidade de jogos que o Fluminense venceu por 1 a 0 e quase todos com ajuda de juízes, pode-se ver que nem tanto assim o tricolor tem méritos de ser o líder isolado com seis pontos de frente do vice-líder, esse exatamente o Galo.

Para encerrar, um recado ao Fred, que talvez não chegue a ele: senhor jogador, grande goleador, a sua fala, referindo-se ao Cuca e à torcida do Galo, não foi correta (disse que não se deve reclamar de arbitragens). Qualquer cego de olhos abertos sabe que Fred, depois de ser especialista em fazer belos gols, também se destaca como um grande chorão, expulso de campo várias vezes exatamente por causa de reclamações, choradeiras e outras pirraças mais. Sentar-se no rabo e falar do rabo alheio não fica bem para um atleta que sonha em ser o centroavante da Seleção Brasileira. Fred, em choro você só pega o time do Íbis F. C.! E olhe lá...

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