Amigos e amigas, sou um mísero e obsessivo observador de fatos e manifestações dos seres humanos, obras, máquinas, equipamentos e da natureza. Não me canso de ver que em toda a complexidade inventada pelos habitantes do Planeta Terra, alterando as regras originais, só se encaixou o objetivo cruel de complicar. Somos anarquistas incorrigíveis.
Como administrar qualquer coisa, de curral de bois e cabritos a nações desenvolvidas? Faço esta pergunta de mim para mim. Vejo a resposta na prática. Minha primeira e inarredável ação de olhar resume-se na seguinte ordem desembaraçada: delegação de poderes. O administrador que centraliza as funções de seu comando não passa de um pobre errante e entra para o rol dos culpados pelo fato de estarmos num mundo doido.
Para buscar exemplos, retorno aos meus tempos da velha Companhia Vale do Rio Doce. Levado a conhecer um painel de controle de tráfego de trens da Estrada de Ferro Vitória a Minas, em Tubarão (ES), recebi aulas sublimes de sabedoria. Graças a uma memória razoável que a Deus agradeço, pude gravar lições de dirigir, gerenciar, administrar, governar. Não me perguntem se apliquei as regras porque é outra história.
Na época, não tínhamos uma internet para facilitar o quadro estampado dentro da sala técnica, mas a Vale, sempre à frente, inventara a sua internet particular. Para simplificar: no interior do ambiente e olhando para painéis luminosos, o operador sabia onde estavam trafegando os trens de carga e de passageiros, e os dirigia. Nas cabines e espalhados por todo o trem movimentavam-se “bonecos” que só tinham a incumbência de receber ordens e cumpri-las imediata e hierarquicamente.
As regras para viver são igualmente copiáveis. Vejamos: os painéis mostram a vida como deve ser e, principalmente, as empresas e o governo como lhes convém agir. Naquele momento, para este pobre observador, não seria a Vale meu foco, mas os seres viventes que contemplavam regras fáceis de serem entendidas. Os operadores de trens, in loco, tinham determinações a cumprir. Conclui para os meus botões e zipers: assim devem caminhar as famílias, as empresas, os governos, a humanidade. Sem medo de errar.
Numa sala sofisticada, mas simplória, são vistos os componentes de viagens que não cessam, como a vida não se detém: Controlador de Tráfego, Maquinista e Auxiliar de Maquinista, Técnico em Manutenção de Sistemas Ferroviários e Manutenção Elétrica de Locomotivas, de Manutenção de Via Permanente, Eletricista de Manutenção Geral, Ronda de Linha, Operador e Mantenedor de Via. Constituem-se responsáveis por funções e nada devem explicações e satisfações ao Chefe Geral, embora sejam cobrados pela liderança imediatamente superior.
Repito a regra: delegai poderes ou contemplai seu fim de carreira, senhor gestor!
Salvo melhor juízo.
José Sana
Em 24/01/2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário