É claro que vieram os equilibrados e tentaram dar um basta, consertar um pouco. Serviram, sim, para chamar a atenção, mostrar que ocorreram desvios. Talvez, se não tivessem vindo estivéssemos em situação ainda pior. Contudo, não vamos citar nomes, nem declinar a vida dos bons para que cada um os venere. A hora é determinada a estabelecer a ótica do pisar no chão, não existe outra cautela mais adequada. Isto para que não me acusem de utilizar simbolismos e outras suposições pouco aceitáveis no reino animal.
Vamos
simplesmente retroceder à criação da forma que a entendemos. Não importa se
começamos por Adão e Eva, pautando o
Velho Testamento, ou o Big-Bang, teoria bem aceita pela ciência, ou outras
suposições pouco aprofundadas. Ou se seguimos a Seleção Natural de Charles
Darwin. Importa que houve começo (ou
seria sequência?) e que continuam ocorrendo transformações. Vamos considerar
esta afirmativa como lei: o mundo é de transformações e ponto.
Comecemos
por um início qualquer, mais próximo da civilização, e vamos evitar engendrar
nossa imaginação na divisão do tempo em idades, como fizeram, para facilitar o
estudo e melhorar o entendimento na época, historiadores do século XIX:
dividiram a História em Antiga, ou Antiguidade, Medieval, Moderna e
Contemporânea. Agora é contemplar, na visão dos analistas atuais o
princípio e a sequência de tudo.
A partir do Homem de Neandertal, espécie extinta do gênero Homo, estudada por historiadores e antropólogos, cuja existência está ligada à evolução do homem moderno, podemos vislumbrar acontecimentos à luz da razão. A existência comprovada desses e de outras buscas feitas por estudiosos por meio de fósseis encontrados na Europa e na Ásia, datam esse como o período Pleistoceno (cerca de 2 milhões e 500 mil a 12 mil anos atrás). Aí podemos imaginar a raça caminhando pela face do planeta à procura de sobrevivência. Sua sustentabilidade pode ser analisada à luz de Arthur Schopenhauer (Alemanha, séculos XVIII e XIX) em “O mundo como vontade e representação” (1819).
Muito
antes, observando períodos pré-históricos, percebemos o que houve de errado no
decorrer do tempo e vamos resumir esta
conclusão numa frase: o ser humano desligou-se de seu estado natural. Diria o
seguinte: saiu quebrando a cabeça pelo mundo afora, sem ter segurança
absolutamente alguma do que era certo ou errado, pior que tudo ocorreu a partir
do primeiro erro. A prova de que esta afirmativa é correta está em praticamente
todas as nossas ações de hoje que, mesmo com a ajuda valiosa da ciência,
permanece o ser vivente sempre tomando o rumo da incerteza, e apreciando, por
vaidade ou dever de mostrar conhecimento e autoridade, sua mania de inventar,
insistentemente inventar, assentado no trono insustentável de falsas
convicções.
Regido
pelas leis de cada parte do globo terrestre, o habitante do mundo seguiu e
segue passos inseguros, guiando-se por determinados costumes e sentimentos, que
construíram culturas diferentes, sempre desiguais. São manias errantes as
praticadas no decorrer de milhões de anos, cujos resultados de ações costumavam
parecer o contrário mas, na verdade, nada disso são.
Religiões
diferentes, cultos sem fundamento algum, pensamentos desiguais, ideologias
toscas — inventaram tantas balbúrdias
que resultaram nisto: formaram-se pirâmides desestruturadas e tais montagens
gigantes mostram o ser vivente balançando
na ponta de cima, para aonde seguem e convergem todas as deduções e
conclusões, que se debatem em guerras de “blá-blá-blás”. E balançam, e deixam o
pânico gerar porque podem ruir a qualquer momento pelo motivo claro: falta de estrutura.
Para anunciar esses desarranjos sempre existiram os verdadeiros e os falsos
profetas, além dos anunciadores do terror. Mas há também analistas neutros, que
seguem a estrada do equilíbrio.
A
questão em foco é, pois, o desvio de normas legalmente naturais da Natureza.
Ora, o homem, os animais, as plantas, o conjunto, o meio ambiente em si,
representam algo que deve sempre estar equitativamente em harmonia por
envolverem todas as coisas com vida e aparentemente sem vida existentes na
Terra. Tudo afeta os outros ecossistemas existentes, incluindo os seres
animais, internos e externos. A liberdade, por exemplo, é uma dádiva da
Natureza ao homem, sina qua non, em forma de livre-arbítrio, que não
pode ser confiscada de maneira alguma. Que os tendenciosos à prática da
ditadura acordem de seus sonhos de
caminhar para regimes de exceção.
Agora,
a pergunta que surge imediatamente dos curiosos: o que fazer a esta altura do
campeonato para corrigir esta rota estupidamente errante? Resposta: para quem
está sossegado ou inquieto no seu ninho, apenas a expectativa e o dever de dar
um estrondoso grito de “mundo, por favor, pare!” Para os que detêm a
autoridade, a receita é, primeiramente, procurar saber o que é a Natureza, e a partir
daí tratá-la como ela merece. O natural tem suas leis indestrutíveis e
incontestáveis. O ser humano as conhece, basta estabelecer um ponto de
observação ponderável e fiel. E logo parar de inventar pensamentos políticos,
ideológicos, fanaticamente religiosos, ou de imposição do poder do forte sobre
os demais.
Existe
uma receita estabelecida num dicionário que comecei a organizar em 1986, há,
portanto, 35 anos. Contudo, cheguei à conclusão, depois de tanto trabalho, de
que todos devem criar o seu compêndio particular. Este particular
torna-se, automaticamente, coletivo — eis aí se escancara a maior prova de
termos encontrado a verdade. Qualquer pessoa, analfabeta ou graduada, faz a sua
lista de leis naturais de acordo com a visão de seu mundo. Depois, quem assim o
desejar, constatará que o Dicionário de Leis Naturais aparece como apenas um,
único, intocável, iguais para todos. Todo mundo faz a mesma coisa até aonde
deseja ir. Impressionante esta conclusão. Vamos ver isto ainda, com provas
irrefutáveis.
13/01/2021
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