Em Santa
Bárbara, numa seção eleitoral que funcionava no prédio da Prefeitura, aconteceu
este caso curioso e engraçado. Disputava a Presidência da República o Marechal
Teixeira Lott, muito querido na cidade, com Jânio Quadros, que acabou vencendo.
Era 3 de outubro de 1960.
A fila de
eleitores de toda a cidade e de todas as tendências virava o Hotel Quadrado e
chegava à Casa Grande, onde nasceu o ex-presidente Afonso Pena. Os cidadãos
aguardavam a chegada dos oficiais da Justiça Eleitoral.
Às oito horas,
iniciaram-se as chamadas nominais do eleitor para votação, que transcorria
tranquila e com certa agilidade. Votaram os
Osvaldos, Orlandos, Ormicínios, Odilons, Paulos, Pedros, Pastores e
Queiroz Sabino de Albuquerque que, imediatamente, sapecou na urna o voto para o
Marechal Lott. Em seguida, a mocinha da mesa chamou o nome:
— Quinhento Reis
de Bosta.
Nada do cidadão
aparecer. E de novo, outra chamada:
— Quinhento Reis de Bosta.
E nada desse tal
de Quinhento.
Na fila, um
velhinho de aproximadamente 80 anos, ansioso, aguardava a vez, e seu nome não
era mencionado pela mocinha.
No fim da tarde,
quando todos já haviam votado, faltava apenas o velhinho ansioso, esperando, e
a mesária chamou pela última vez:
— Quinento Reis
de Bosta.
Não houve
resposta e ela se dirigiu ao velhinho, sozinho, mofando desde cedo, e indagou o
seu nome. O idoso, feliz com a atenção de que era alvo, respondeu ligeiro:
— Meu nome é Quintiliano
Reis de Bastos.
Assim terminou mais um dia de votação em Santa
Bárbara, que continua sempre com muitas estórias e histórias para contar.
(Texto de Tião Crispim, publicado no livro Ser Vereador, de José
Sana, página 58, Editora Lastro, BH, 1999. Obs: a foto não é de 1960).
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