Vivemos os anos 1939-1945. Eclode na Europa a Segunda Guerra
Mundial. A luta que se trava é dos Aliados contra os do Eixo. Esses, comandados
por Adolf Hitler e Benito Mussolini, têm o objetivo de implantar o Nazismo e o
Fascismo no mundo. Os Aliados lutam para defender a continuidade da paz
mundial. Segundo estatísticas, morreram mais de 60 milhões de seres humanos no
conflito.
Do outro lado das guerras, o Brasil hoje vive um ambiente parecido com o conflito
mundial, e ninguém sabe em que tópico está o cronograma da pandemia atribuída a
um vírus a quem chamam Covid-19. Batendo o passado com o presente, conclui-se
que em ambas as lutas, comparando-se as épocas — décadas de 1930/1945 versus
anos 2020 — registra-se a mesma questão
da vida apreensiva, amedrontada pela iminência do caos. Morreram até agora,
janeiro de 2021, quase 2 milhões de pessoas acometidas pelo mal do desconhecido.
Enquanto a mineração aponta, em 1942, para um futuro promissor, hoje ela deixa
intranquila Itabira, porque está sendo minguada também pela pressa das
necessidades econômicas, tanto da empresa quanto dos cofres públicos.
Anos 1940: extração de hematita no tempo da picareta
O Cauê, revelado para o mundo no XI Congresso Geológico
Internacional, realizado na Suécia, em 1910, como o maior ponto concentrador de
riquezas de minério de ferro de alto teor no mundo, hoje tornou-se um imenso
buraco. No seu entorno, minas secundárias, resistíveis ainda às custas da tecnologia
transformativa, sustentam ainda a terra então promitente mas muito pouco
aproveitada.
Naquele velho tempo de nascença, a
Companhia Vale do Rio Doce instala-se em Itabira com arrancada
auspiciosa. Às custas dos itabiranos, de suas riquezas e da alavancada do
conflito mundial, amedrontador, terminado em 1945 (o fornecimento de minério de
ferro aos Estados Unidos deu forças ao nascimento da CVRD) , a empresa
transformou-se numa potência internacional.
Da época em que “cada um de nós tinha um pedaço no Pico do Cauê”
(Drummond, 1930) até a vida real, com a cava no lugar do cimo, o tempo de
governar, consumido pela longa dormida no ponto, pode continuar impedindo que
se trave, sem entraves, a busca pelo futuro. As sub-riquezas do pico ao redor
agora têm data para fechar as portas: qualquer mês de 2028, segundo a própria
mineradora.
Diz a voz dos competentes: “Acordai, itabiranos, e não mais
façais como nos velhos tempos em que vós
próprios, moradores da vila, vendestes as minas aos ingleses por migalhas de
réis. Resistência agora é tudo ou nada. Cauê é cava. Não sejais vala!”
José
Sana
14/01/2021
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