sexta-feira, 5 de outubro de 2018

SOU BOLSONARO, SIM. E DAÍ?

Sou Bolsonaro, sim, porque nasci filho de uma criação do Planeta Terra, que aprendi desde cedo ser descendente de um Deus supremo, que não interfere em nossas vidas, que nos premiou com o intocável livre arbítrio para seguirmos à frente e transformarmos n’Ele próprio em algum dia da posteridade. Ele, que nos fez à sua imagem e semelhança, o que significa cultivar o sonho viável da perfeição e reconhecer que somos ainda maus e ignorantes, nos inspira lutas enquanto não chega o porvir a que teremos plenos direitos.

Sou Bolsonaro, sim, porque Deus me privou em parte de um sentido, a audição, mas, proporcionalmente, me recompôs com outras faculdades, igualmente valiosas e, provavelmente, mais ligadas à espiritualidade indispensável à paz, principalmente a interior, que nos conduz a outras, em irmandade com quem nos quer bem ou mesmo mal.

Sou Bolsonaro, sim, porque se temos o livre arbítrio para escolher o nosso caminho, temo-lo também para ser fortes e decidir, por nós mesmos, colocar grande parcela de nossa inteligência em nosso serviço, além da sabedoria, mesmo ainda prematura, para construirmos dentro de nós o governo de nós mesmos, cientes de que cada um carrega a sua respectiva cruz..

Sou Bolsonaro, sim, porque aprendi nos meus estudos, atrasados por motivos extremamente particulares e naturais, que todo ser humano quer conforto e bem-estar, e tem, portanto, que nutrir o suficiente desejo de satisfazer as suas necessidades,  seus sonhos e vocações que nascem dos dons vindos exatamente da origem; e que chegamos  ao mundo para andar à  frente, jamais engrenarmos marcha à ré em nossa caminhada célere ou vagarosa.


Charge de Son Salvador

Sou Bolsonaro, sim, porque a visão do mundo, hoje clara para os seus habitantes, mostra-nos que os países mais progressistas adotam o Capitalismo como sistema e que precisamos exterminar expressões bizarras e grotescas de que devemos encher a barriga de nossos irmãos viventes com esmolas que atrasam o desenvolvimento de cada um; cometemos o crime de mantê-los escravos, como sempre foi feito na humanidade, a título de cassar liberdades inalienáveis que retardam o desenvolvimento integral e humano.

Sou Bolsonaro, sim, porque nada me preocupa a conduta pessoal do candidato, apenas o seu dom administrativo; tive pais que me guiaram nos primeiros passos, avós que me afagaram, tenho tios que me abençoam, irmãos, sobrinhos primos, esposa, filhos, netos e amigos em grande número, todos que, me compreendem  ou não, mas que curtem o respeito, mesmo, às vezes, silenciosamente. Diante deste exemplo, o que há a fazer é tornar todos assim amparados pela família, a célula da vida. Se tudo moralmente vai mal, é o reflexo de abandono desta estrutura inicial. O que está em jogo é Capitalismo ou Comunismo, o resto é paixão e fanatismo particulares. Referente a outros detalhes precisamos ser deles mais atenciosos: vamos lutar por famílias sadias física, moral e espiritualmente equilibradas.

Sou Bolsonaro, sim, porque aprendi a me politizar e a escolher ideias e rumos e não homens mortais e errantes como todos somos; e, portanto, não sou Bolsonaro essencialmente, mas tenho-o como ferramenta para executar ideias nos rumos do progresso e desenvolvimento, este que promove a felicidade dos povos. E repito: se não der certo com ele, que caia fora rapidamente, como nós, brasileiros, expulsamos um dia alguém arrogante e improdutivo que não cumpriu as suas devidas obrigações.

Sou Bolsonaro, sim, porque surgi na Terra como um humilde pecador que vaga por ela, que já errei demasiadamente e me cansei de métodos derrotados; já fui desleal até comigo mesmo, mas que entendi agora que devo despir-me do capricho e do egoísmo e que abrir determinadamente o coração é um passo à frente. E é para a frente que se anda.

Sou Bolsonaro, sim, porque deixei de ser covarde e de querer fazer mistérios com a fraca condição material humana, poses grotescas, e que agora sou um ex-hipócrita, que promete continuar assim sendo até os últimos dias de minha vida, mesmo que custe ser pregado numa cruz por quem se julga participante do júri do Juízo Final. Não permitirei de mim marketing para ocultar inverdades e mostrar virtudes que não tenho. Sou eu e pronto, abro o livro para quem queira perlustrar as suas páginas.

Sou Bolsonaro, sim, porque sou responsável por mim mesmo, assim como todos devem ser, dono livre de meu destino, disposto a vencer o prêmio da transparência em  ações ou receber o castigo por erros repetidos. Perdoarei a quem me causou prejuízos e ajoelharei nos pés daqueles os quais impus dores e pesares.

Finalmente, agradeço a Deus por creditar a meu favor a inspiração e a coragem para escrever estas palavras simplíssimas e me colocar  inteiramente de peito aberto para enfrentar questionamentos como estes:  “O que deu em você, Zé, que agora resolve mudar o comportamento? O que será se o seu candidato for derrotado?”   Quanto a uma eventual derrota de meu declarado candidato, direi apenas o seguinte: “A vida continua.” Só quero que esta página, agora escrita, datada e assinada, seja uma espécie de epitáfio, mesmo longo e cansativo, para os meus progênies ou amigos. Que as possíveis  gerações futuras vejam e tenham a seguinte certeza: tentei ser pelo menos o beija-flor que procurou apagar o incêndio da ignorância humana da qual fiz ou ainda faço parte.

Caso esse destino não seja digno, ou cruel, sentarei num meio fio qualquer, onde estiver, mesmo se for daqui a cem anos em outras eventuais passagens da eternidade,  e chorarei abraçado aos que ajudei a massacrar. E rogarei mais uma vez perdão, porque, mesmo com esforço, coragem e abnegação,  não tive a sabedoria de ser mais claro ao usar as minhas fracassadas exposições e tentativas de desenhar, nua e crua, a verdade de meu tempo de permanência neste planeta.

Concluindo: sou Bolsonaro, sim, porque se ele errar, repito, se a verdade não o acobertar, sei que será mais fácil arrancá-lo do poder do que qualquer outro do lado contrário, dos que têm como meta inicial cassar a nossa liberdade e o dom a que me referi no início, concedido por Deus,  o insubstituível livre arbítrio.

Itabira, 5 de outubro de 2018

José Sana

Um comentário:

  1. Acompanho o relator, sem nada a acrescentar. Só a certeza que se estiver errado, estaremos ambos, de corrente,mente e propósito. E viva o Brasil de uma nova era.A do respeito e da não mentira.

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